Com ônibus apreendido em Brasília, grupo de Umuarama tem dificuldade de voltar para casa
“As pessoas daqui que foram para Brasília são honradas, que foram lutar por um ideal comum", diz líder
Parte do grupo de umuaramenses que embarcou no final de semana para o manifesto que se converteu em ato golpista em Brasília está com dificuldade de voltar para casa. O ônibus em que viajaram foi apreendido pela Polícia Militar do Distrito Federal depois da depredação nos prédios do Congresso, do Palácio do Planalto e do STJ (Supremo Tribunal Federal). Até o momento não há registro oficial de umuaramenses presos pela barbárie.
“As pessoas daqui que foram para Brasília são honradas, chefes de família, pessoas de bem, que foram lutar por um ideal comum. Não viajaram com a ideia de destruir prédios públicos ou gerar qualquer onda de violência”, disse um líder local do movimento que contesta a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pede a intervenção das Forças Armadas no país.
O líder, que preferiu não se identificar, por ser alvo de inquérito da Polícia Federal, disse que está tendo dificuldade de manter contato com os umuaramenses em Brasília. “Uma das informações que nós temos é que cortaram o sinal de celular no local em que eles acamparam”.
Algumas pessoas que viajaram, no entanto, optaram por se hospedar em hotéis. “Por enquanto, não temos informações de que alguém daqui foi preso. E acho essa possibilidade muito remota, porque conheço nosso grupo. São pessoas de bem, incapazes de agir da forma como vimos na televisão. Aquilo são pessoas infiltradas, que agiram para prejudicar o movimento. Com o tempo tudo isso será esclarecido”.
‘Vaquinha’ para a volta
Em uma postagem na comunidade online Umuarama Em Debate, um membro sugere uma ‘vaquinha’ para trazer as pessoas de volta às suas casas. Ele diz ter recebido o contato de um amigo, que confirmou a apreensão do ônibus utilizado no transporte à Capital.
OBemdito apurou que nem todas as pessoas que viajaram têm condições de se manter financeiramente fora de casa. Elas aceitaram o convite para o deslocamento sem terem que arcar com despesas de transporte e alimentação. A viagem foi viabilizada por doações de outros “patriotas” e empresários.
Em um grupo de WhatsApp, formado por donos de pequenas empresas e bolsonaristas, há pedido de recursos para as viagens dos patriotas com menor poder aquisitivo. Constam também anúncios de novas saídas de ônibus para Brasília nesta segunda e terça. As publicações, no entanto, eram feitas antes do atentado flagrante contra a democracia, que marcou a história do país, neste 8 de janeiro.
ATUALIZAÇÃO
A empresa Andretur enviou uma nota para OBemdito. Confira aqui.