Foto: Danilo Martins/OBemdito

Brasil

Caminhoneiros enfrentam momento de angústia após aumento dos combustíveis

A alta nos valores do diesel e gasolina coloca toda a categoria “entre a cruz e a estrada”

Foto: Danilo Martins/OBemdito
Caminhoneiros enfrentam momento de angústia após aumento dos combustíveis
Luiz Fernando
OBemdito
21 de junho de 2022 13h20

Os reflexos do aumento dos combustíveis que entrou em vigor no último sábado (18) geraram consequências imediatas nos bolsos dos caminhoneiros e trabalhadores do transporte coletivo. Em especial, o aumento de 14,2% no valor do diesel coloca em sério risco a manutenção do trabalho de pequenos frotistas e caminhoneiros autônomos.

“A conta não fecha”, é o que diz o caminhoneiro Adilson Gonçalves Kretschmen, de 41 anos. “Na minha última entrega o cara queria me cobrar R$850 pelo frete. Por R$ 850 eu ficaria devendo R$ 300 só de combustível. O diesel aumenta, mas o valor do trabalho continua, quando não diminui”, relata o trabalhador, em conversa com OBemdito.

Adilson, que voltou a trabalhar como transportador de tubos e conexões em meados de 2020 devido às baixas nos empregos resultantes da pandemia de Covid-19, afirma que o último aumento nos combustíveis foi o mais cruel em todos os 10 anos que esteve na profissão.

Para encher o tanque, segundo o trabalhador, há dois meses atrás o custo ficava em torno de R$ 2.600. Agora o valor deu um salto olímpico que facilmente alcança ou ultrapassa os R$ 4.000. “Isso para o meu caminhão, que é de grande porte. Agora para os pequenos eu sinceramente não sei como eles vão aguentar. Eu acho que vão quebrar”, completou.

O caminhoneiro espera que algo seja feito a respeito da nova mudança, que para ele, torna impossível o trabalho se for mantida. Segundo ele, a expectativa é que se nada for resolvido, haja uma paralisação total até semana que vem.

A crise forçou membros da categoria a recorrerem a medidas alternativas, como o frete de veículos. Porém, para aqueles que são funcionários de empresas, a opção é sempre um malabarismo perigoso a ser conduzido. Pois na mesma mão que o trabalhador tenta manter a produção constante para a empresa, ele terá que recorrer à alternativa para garantir o sustento da família.

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