Professor Roberto Cesar Alves Martins | Foto: Arquivo pessoal

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Pior que o candidato paraquedista, é o candidato escadinha!

“Temos visto um número crescente de candidatos que de uma hora para outra se lançam na disputa eleitoral, com um único objetivo: o de garantir votos para a legenda ou para eleger um cacique do partido”, Professor Roberto Cesar Alves Martins

Professor Roberto Cesar Alves Martins | Foto: Arquivo pessoal
Pior que o candidato paraquedista, é o candidato escadinha!
Redação
OBemdito
21 de maio de 2021 21h35

* Professor Roberto Cesar Alves Martins

Desde a Constituição de 1988, quando o direito a um voto direto e secreto foi instituído para escolha dos ocupantes de cargos eletivos, que ouvimos a seguinte frase: “faça um voto consciente”. Essa frase carrega um significado que pode mudar o destino de uma cidade ou do país. Temos visto um número crescente de candidatos que de uma hora para outra se lançam na disputa eleitoral, com um único objetivo: o de garantir votos para a legenda ou para eleger um cacique do partido. Esses candidatos são chamados de “candidatos escadinha”. A lógica do candidato escadinha é tão ruim quanto aqueles candidatos que aparecem de quatro em quatro anos, os chamados “candidatos paraquedistas”, que pegam os votos e nunca mais voltam. Os “escadinhas” nunca estiveram à disposição da vida pública e nem possuem uma história de vida em prol do município. Muitos deles são políticos de ocasião e saem candidatos em todas eleições por oportunismo, conveniência ou levar vantagens pessoais e disputam o pleito apenas para somar votos e aumentar o coeficiente eleitoral. Esses votos são literalmente rasgados e jogados no lixo. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná em 2018 tivemos 1.210 candidatos. Em um dos municípios paranaenses, com 54 mil eleitores, apenas sete pessoas se candidataram. O mais votado teve mais de 18 mil votos no município, entretanto não teve votos no restante do estado, apenas utilizando seus votos para ajudar a eleger candidatos da coligação. O candidato precisaria fazer no mínimo 52 mil votos para ser eleito. Essa é a principal característica do candidato escadinha: ele cria uma grande campanha, dá sinais de que irá receber muitos votos, porém após a votação ele finge que nunca participou de uma eleição e se esconde por quatro anos. Já o eleito, que não tem vínculo nenhum com a cidade, some, deixando o município desamparado novamente. Esse cenário se repetirá em 2022 e caso o eleitor não seja cauteloso estará desperdiçando um direito tão importante para a democracia. O eleitor tem que estar atento aos candidatos que irão se apresentar como “salvadores da pátria”, mas que no fim, são apenas cabos eleitorais pagos a um alto custo, disfarçados para que as pessoas não percebam que estão ajudando outro candidato a se eleger. Votar de forma consciente e fazer uma escolha sustentada em informações e fontes seguras faz total diferença para a economia, para a geração de empregos, saúde, educação e o futuro de um município e do país. O bom político é aquele que pensa e governa pelo bem comum, por isso devemos tomar cuidado, exercer nossos direitos e votar com consciência. Um país melhor só será construído com a participação consciente de todos.

(*) Graduado pela Universidade Estadual de Maringá e autor do livro “Compreendendo a História dos Presidentes do Brasil”

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