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Professor usa estimulação motora para atender crianças com diagnóstico de autismo em Umuarama

A estimulação motora é uma das facetas da psicomotricidade que atua em diferentes aspectos

Diogo Peron, o aluno Gustavo e a mamãe Ússula | Foto: Danilo Martins/OBemdito
Diogo Peron, o aluno Gustavo e a mamãe Ússula | Foto: Danilo Martins/OBemdito
Professor usa estimulação motora para atender crianças com diagnóstico de autismo em Umuarama
Aline Reis - OBemdito
Publicado em 23 de janeiro de 2022 às 14h54 - Modificado em 3 de abril de 2022 às 11h51
Gastro Umuarama

Os policiais militares Ússula Ferreira da Silva e Sidney Dias de Morais, moram em Umuarama e são casados desde 2012. Eles têm dois filhos, Isabela, de 4 anos e Gustavo, de 8. O nascimento de Gustavo, além de marcar a ‘estreia’ do casal como pais, também trouxe desafios para a família, que teve de se reinventar.

O garotinho tem agenda movimentada: equoterapia, natação, musicalização, fonoaudióloga, multifuncional, natação, psicóloga, fisioterapia, futsal e estimulação motora. As inúmeras atividades são necessárias porque ele foi diagnosticado com autismo e uma doença degenerativa rara.

A descoberta ocorreu depois de exames genéticos e mudou a rotina sobretudo da mãe. Funcionários públicos têm prerrogativas legais para redução de carga horária em casos de problemas de saúde semelhantes a esses com os filhos.

Desde então, Ússula deixou as ruas e trabalha no setor administrativo da PM e tem dedicado tempo, dedicação e amor ao filho. “Não é fácil, mas eu não trocaria ele por outra criança. É o meu Gustavo”, conta a policial.

Uma das terapias feitas por Gustavo, é a estimulação motora, feita pelo professor Diogo Peron.

Gustavo durante o atendimento de estimulação motora | Foto: Danilo Martins/OBemdito

Durante a pandemia da Covid-19 uma amiga do educador físico indicou um curso para capacitar professores a atenderem crianças com autismo. Dias após a conclusão, as medidas de segurança sanitária contra o coronavírus ficaram mais rígidas e as aulas da escolinha de futsal – até então o sustento de Diogo – foram suspensas.

Neste ínterim ele já estava procurando um local para atender as crianças que têm diagnóstico de autismo, mas ainda cético quando ao projeto, exigiu uma infinidade de mudanças no prédio. “Sabe quando você fala já para a pessoa não topar [alugar]? Aí eu fui à missa e pedi um sinal para Deus. No dia seguinte fui informado que tudo o que eu pedi seria feito”, lembra.

O primeiro aluno foi Gustavo, que já praticava futsal com Diogo. “A escolinha não era focada em competição, mas na inclusão e quando eu terminei o curso falei para a Ússula se eu podia fazer atividades com o Gustavo, expliquei do que se tratava e ela topou”, revela.

Gustavo passa por um circuito desenvolvido especialmente para ele, que muda de acordo com a evolução de cada aluno. Com destreza se equilibra, desvia dos obstáculos (do exercício e da vida) e termina a aula satisfeito.

A mãe acompanha a aula e anota: muito desenvolvimento. “Ele melhorou muito desde que começou a frequentar aqui, principalmente o equilíbrio”, diz.

Foto: Danilo Martins/OBemdito

Do único aluno Gustavo, a 45 crianças, a decisão – ainda que impulsionada pela pandemia – da mudança do futsal para a estimulação motora também deixou o professor exultante. “Claro que eu amava quando meus alunos tinham bons resultados no futsal, ver a evolução deles, mas agora, quando chega uma criança que não consegue pedalar, por exemplo, e meses depois sai pedalando, eu vejo a mãe chorando de alegria, isso faz toda a diferença”, pondera.

 A estimulação motora é uma das facetas da psicomotricidade, que atua em diferentes aspectos, como sensoriais, comportamentais, sociais e na comunicação e aliado às outras terapias faz diferença na qualidade de vida e no desenvolvimento das crianças que estão dentro do espectro autista.

O atendimento é feito de forma individual, com hora marcada, em um prédio na rua Santa Catarina, 5204, no ‘Evolua – Instituto de Desenvolvimento Psicomotor’. Informações podem ser obtidas através do telefone (44) 98453-2009.

Diogo também atende na Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Umuarama e Região (AMA).

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