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Paraná

Após bebê ter 3% de chances de sobreviver, umuaramense comemora 4º Dia das Mães

Confira a história do nascimento de uma mãe, neste domingo especial

Foto: Arquivo Pessoal
Após bebê ter 3% de chances de sobreviver, umuaramense comemora 4º Dia das Mães
Aline Reis
OBemdito
9 de maio de 2021 17h07

Isis Vitória, de 4 anos, começou a frequentar a escola nesta semana. Com mochila cor de rosa foi em busca de mais uma conquista entre tantas que já conseguiu desde de nasceu prematura, com 28 semanas.

Inteligente, conhece as letras do alfabeto, fala e se movimenta com ajuda de um andador. ‘Vitória’, além do nome, é palavra recorrente no vocabulário da menininha.

Mas a história de hoje não é somente sobre Isis. É sobre Aletícia Biazzi, de 34 anos, mãe de UTI que não mediu esforços para cuidar da filha e que neste domingo celebra o triunfo de mais um Dia das Mães.

O SONHO

Depois de oito anos de relacionamento com Thiago Willian da Silva, Tissa, como é chamada pelos amigos, decidiu que era hora de aumentar a família.

A gravidez aconteceu. Entre os ritos habituais, o chá de bebê, que em 2017, antes da pandemia, permitiu reunir os amigos mais chegados.

Tissa ajeitava o bolo de fraldas em 10 de agosto daquele ano e depois foi se deitar. Foi aí que sentiu a bolsa estourar. Dias antes havia ocorrido um desconforto, mas nada com o que se preocupar.

A REALIDADE

Às pressas foi para o hospital e uma gravidez que até então ocorreu sem alterações se transformou em um desafio. A bebê nasceu e na sequência foi para encaminhada para UTI neonatal.

Foto: Ricardo Trindade/OBemdito

3%. Este foi o percentual de chances de sobrevivência dado pelo médico para Isis. Contrariando as estatísticas, após 52 dias de internamento, finalmente mãe e filha conseguiram tocar uma na outra.

A amamentação foi um momento de conexão, mas a jornada da mãe de primeira viagem estava apenas começando.

Isis foi diagnosticada com hidrocefalia e precisou lutar pela vida após inúmeras cirurgias. Apenas aos 5 meses foi para casa, mas ficou apenas uma semana com a mãe, quando uma infecção a fez retornar para o hospital.

Além disso, a Isis também teve retinopatia e cranioestenose por conta do longo período deitada enquanto estava na UTI. Ao todo, foram oito cirurgias, incluindo a colocação de uma válvula para drenar líquido do cérebro por conta da hidrocefalia.

As vitórias de Isis mantiveram a mãe de primeira viagem centrada em cuidar da filha. Com apoio do marido, apesar das dificuldades, Tissa foi o esteio da família.

A VITÓRIA

A incerteza em saber se Isis andaria, falaria ou teria alguma dificuldade, embora assustasse, foi dissipada com muita dedicação. A mãe que passou meses saindo do trabalho para o hospital mudou a rotina pelo bem-estar da criança.

Além da escolinha, Isis também precisa de acompanhamento neurológico, faz fisioterapia e fono. O esforço concentrado dos pais garante que a criança evolua a cada dia.

Em uma ocasião, no consultório, o médico analisou os raios-x do cérebro de Isis. São quatro lesões graves, que indicariam sequelas significativas. Para a surpresa do profissional lá estava a criança, se comunicando e se movimentando bem. Um pequeno milagre sustentado pela fé e dedicação da mãe.

A DIANTE

A maternidade não tem uma fórmula pronta. Mas apesar de todos os desafios e incertezas, Tissa pensa em aumentar a família, seja com um filho biológico ou um do coração.

Vindo ou não um irmãozinho, Isis terá uma certeza: a mãe estará sempre ao seu lado.

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