Rudson de Souza Publisher do OBemdito

Natal convida os cristãos a viver o amor no cotidiano; entrevista

Natal convida os cristãos a viver o amor no cotidiano; entrevista
Rudson de Souza - OBemdito
Publicado em 25 de dezembro de 2025 às 23h13 - Modificado em 25 de dezembro de 2025 às 23h23

Para além das vitrines iluminadas, das ceias fartas e da troca de presentes, o Natal mantém, para os cristãos católicos, um significado que atravessa séculos, que é a celebração do nascimento de Jesus Cristo, o Filho de Deus que se fez homem para anunciar o amor, a paz e a salvação.

Em Umuarama, a reportagem do OBemdito conversou com o padre Valdomir Almeida Machado, o padre Machado, do Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que destaca que o centro do Natal é a fé no mistério da encarnação. Para ele, a data convida os fiéis a retomarem o sentido mais profundo da vida cristã, marcado pela simplicidade e pelo cuidado com o próximo.

“O Natal é o momento em que Deus se faz pequeno, se faz criança, para nos mostrar que a grandeza está no amor e na humildade”, afirma o sacerdote. Segundo ele, o nascimento de Jesus em uma manjedoura revela que a mensagem cristã não passa pelo poder ou pela riqueza, mas pela proximidade com os mais simples.

O presépio, tradição presente em muitas casas e igrejas, sintetiza esse simbolismo. A imagem do Menino Jesus, envolto em panos e deitado num cocho, lembra que o Salvador nasceu em condições humildes, acolhido por Maria e José, cercado por pastores e animais. “O presépio nos ensina que Deus escolhe o caminho da simplicidade para chegar ao coração das pessoas”, diz padre Machado.

Outro símbolo forte do Natal é a luz. As iluminações que tomam ruas e praças remetem, na fé cristã, a Cristo como “luz do mundo”, aquele que vem para dissipar as trevas do egoísmo, da violência e da indiferença. Para o padre, essa luz precisa ir além da decoração e se traduzir em atitudes concretas. “Que cada cristão seja sinal dessa luz no ambiente em que vive, levando esperança a quem está desanimado”, ressalta.

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Presépio montado no Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Umuarama, simboliza o nascimento de Jesus em meio à simplicidade e à esperança

A ceia natalina, por sua vez, ganha sentido quando entendida como espaço de encontro e partilha. Reunir a família ao redor da mesa recorda o valor da comunhão e do agradecimento pelos dons recebidos ao longo do ano. Padre Machado lembra que não se trata apenas de celebrar com abundância, mas de abrir o coração para quem mais precisa. “O Natal nos chama a partilhar o pão, o tempo e o carinho com aqueles que muitas vezes são esquecidos”, afirma.

A troca de presentes também carrega um significado espiritual: remete ao maior dom, que é o próprio Jesus oferecido à humanidade. Nesse contexto, o gesto de presentear é visto como expressão de amor e gratidão, e não como obrigação comercial. “O verdadeiro presente é a presença, é estar junto, é perdoar, é recomeçar”, diz o sacerdote.

Em um tempo marcado por pressa e consumo, o padre reforça que o Natal é convite à interioridade e à reconciliação. Para os católicos, a data é precedida pelo Advento, período de preparação espiritual que incentiva a oração, a vigilância e a conversão. “Preparar o Natal é preparar o coração para acolher Jesus que quer nascer de novo em cada um de nós”, destaca.

Ao final, padre Machado resume que o Natal cristão aponta para um compromisso que vai além do dia 25 de dezembro. “Celebrar o nascimento de Cristo é assumir o projeto de vida que Ele nos deixou: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Esse é o verdadeiro espírito do Natal”, conclui.

Assim, entre símbolos, tradições e encontros familiares, a Igreja recorda que o sentido maior da data permanece o mesmo. Ela celebra a vida, renova a fé e espalha, no cotidiano, a mensagem de amor que marcou o nascimento de Jesus em Belém.

(Com imagens de Vagner Delaporte/Obemdito)

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