(Foto Vagner Delaporte/OBemdito)
Os registros de violência contra a mulher nas comarcas atendidas pela Delegacia da Mulher de Umuarama cresceram mais de 40% em 2025, segundo balanço divulgado nesta semana pela Polícia Civil do Paraná. O aumento, porém, não significa necessariamente uma escalada da violência. Na avaliação da delegada Fernanda Bertoco Mello, a escalada reflete principalmente o fato de que mais mulheres estão rompendo o silêncio e procurando as autoridades policiais.
“Todo ano fazemos um levantamento das atividades da Delegacia da Mulher e, em 2025, observamos um aumento significativo, cerca de 40% a mais no número de boletins de ocorrência registrados”, afirma a delegada. “Por outro lado, esse dado também pode ser analisado sob outra perspectiva, a de que as mulheres estão procurando mais a delegacia, que é um espaço especializado, com profissionais capacitados para acolher vítimas em situação de violência.”
Os números reforçam essa leitura. De acordo com o relatório, o total de boletins de ocorrência saltou de 1.513 em 2024 para 2.132 em 2025, um crescimento de 41%. No mesmo período, as solicitações de medidas protetivas de urgência passaram de 593 para 636. Também foram registradas 170 prisões em flagrante relacionadas a crimes de violência doméstica e familiar.
A delegada, de 34 anos, atua há dez anos na Polícia Civil e está lotada em Umuarama desde 2022. À frente da Delegacia da Mulher, ela observa que o fortalecimento da rede de atendimento tem sido decisivo para encorajar denúncias. “Existe todo um processo até que a mulher consiga vir à delegacia e reportar a violência. Muitas vezes há silêncio, medo e dependência emocional. Procurar ajuda é um passo importante para romper o ciclo da violência”, diz.
Segundo Fernanda Bertoco Mello, Umuarama apresenta características próprias no perfil das ocorrências. “Aqui observamos com mais frequência casos de violência física e violência sexual. Em outras localidades onde atuei, como Paranavaí, os registros eram mais voltados a crimes de ameaça”, afirma. A diferença, segundo ela, exige estratégias específicas de atendimento, investigação e proteção às vítimas.
Além da atuação policial, a delegada destaca que o município conta com uma rede de proteção estruturada. “Não é só a delegacia. Há serviços vinculados à assistência social do município, com atendimentos jurídicos, psicológicos e assistenciais gratuitos, além do Conselho da Mulher, que promove ações preventivas. A orientação é que a mulher denuncie. Há uma rede preparada para acolhê-la”, afirma.
O dado considerado mais expressivo no balanço de 2025 é a ausência total de registros de feminicídio consumados ou tentados na comarca de Umuarama, que inclui também os municípios de Maria Helena, Douradina e Perobal. Em 2024, haviam sido contabilizados três casos, sendo duas tentativas e um feminicídio consumado, registrado em Maria Helena.
Para a delegada, o resultado reflete a eficácia das ações preventivas. “O feminicídio é um crime evitável. Quando a mulher denuncia e a Polícia Civil retira o agressor de circulação ou garante a medida protetiva, estamos interrompendo uma escalada que poderia terminar em morte”, afirma.
Ela ressalta ainda que o trabalho investigativo foi intensificado em 2025. O número de mandados de prisão cumpridos dobrou, passando de 14 para 28. Já os mandados de busca e apreensão tiveram aumento de 43%, subindo de 37 para 53. “Esses dados demonstram uma postura proativa da Polícia Civil no combate à violência doméstica e também aos crimes contra crianças e adolescentes”, diz.
“Nunca vamos conseguir mensurar quantos feminicídios foram evitados, mas sabemos que as medidas protetivas impedem o escalonamento da violência, evitando que uma agressão física evolua para algo mais grave. O objetivo da Polícia Civil é justamente esse: evitar crimes contra a vida de mulheres em contexto de violência doméstica”, conclui.
Unidade: Delegacia da Mulher de Umuarama
Endereço: Rua Japurá, 3358 – Zona 1
Telefone: (44) 3624-0776
E-mail: dpmulherumuarama@pc.pr.gov.br
Site: https://www.policiacivil.pr.gov.br/mulher
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