A volta de grupos indígenas em Umuarama reacendeu um debate que precisa ser enfrentado com seriedade e sem romantizações: o uso recorrente de mulheres e crianças em ações de mendicância, expostas diariamente ao sol, ao cansaço e à precariedade, em nome de uma estratégia que se repete em diversas cidades do Paraná.
É preciso dizer com clareza: indígenas não estão abandonados à própria sorte, como muitas vezes se tenta fazer crer.
Comunidades indígenas recebem apoio do Estado por meio de políticas públicas específicas, acesso a programas sociais, assistência alimentar, saúde diferenciada e reconhecimento constitucional de seus direitos. A narrativa da fome absoluta, usada para sensibilizar a população urbana, não corresponde à realidade de forma generalizada.
Isso não significa negar dificuldades reais enfrentadas por povos originários. Elas existem, são históricas e exigem políticas públicas consistentes.
O que se questiona, neste caso, é a decisão de lideranças (caciques) de expor mulheres e crianças a situações degradantes, transformando a vulnerabilidade em ferramenta de arrecadação informal, muitas vezes em locais públicos e sob condições precárias.
Crianças indígenas, assim como qualquer criança, têm direito à proteção, ao descanso, ao brincar e à dignidade.
Usá-las como elemento de sensibilização em pedidos de esmola, ainda que travestidos de venda de artesanato, é um exercício ingrato, que transfere para os ombros dos mais frágeis uma responsabilidade que deveria ser dos adultos e das lideranças.
A atuação do poder público municipal, ao oferecer alimentação, higiene, encaminhamentos e acompanhamento social, mostra que há suporte disponível.
O problema surge quando esse apoio é recusado, enquanto se mantém uma prática que apela à comoção pública e cria uma imagem distorcida tanto da cidade quanto dos próprios povos indígenas.
Criticar esse modelo não é atacar a cultura indígena, nem negar direitos constitucionais. É, ao contrário, defender que esses direitos sejam exercidos com responsabilidade, sem transformar crianças em instrumento de sobrevivência econômica e sem perpetuar estereótipos que reduzem povos inteiros à mendicância.
O debate precisa sair do campo da culpa coletiva e avançar para a responsabilização de práticas específicas. Proteger a dignidade indígena também passa por questionar escolhas que perpetuam a exposição, a precarização e a dependência, quando existem alternativas institucionais e caminhos mais justos.
Silenciar diante disso não é respeito. É omissão.
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