Rudson de Souza Publisher do OBemdito

Vídeo mostra alunos de colégio cívico-militar cantando lema do Bope com apologia à violência

APP-Sindicato denuncia doutrinação e violação de direitos

Vídeo mostra alunos de colégio cívico-militar cantando lema do Bope com apologia à violência
Rudson de Souza - OBemdito
Publicado em 1 de dezembro de 2025 às 09h59 - Modificado em 1 de dezembro de 2025 às 10h09

O Sindicato dos Professores e Funcionários de Escolas do Paraná (APP-Sindicato) divulgou, na sexta-feira (28), um vídeo nas redes sociais denunciando suposta doutrinação ideológica e violação de direitos de adolescentes em um colégio cívico-militar da rede estadual, em Curitiba.

As imagens mostram estudantes uniformizados marchando em formação na quadra da escola enquanto entoam um canto atribuído ao Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Polícia Militar do Rio de Janeiro, com trechos que fazem apologia ao ódio e à violência.

Na gravação, os alunos repetem versos como “Homem de preto, o que é que você faz? Eu faço coisas que assusta o satanás. […] Entrar na favela e deixar corpo no chão. O Bope tem guerreiros que matam fogueteiros […] Esfola eles inteiros. Mata, esfola, usando sempre o seu fuzil.” A atividade ocorre sob supervisão de um militar aposentado, segundo o sindicato.

Em nota, a APP-Sindicato afirmou que episódios semelhantes têm sido denunciados desde a implantação do programa Colégios Cívico-Militares no Paraná. “É chocante ver que a escola pública esteja sendo usada para promover uma doutrinação ideológica extremista, que prega o ódio, a violência, o massacre e o extermínio de comunidades periféricas. Isso é muito grave”, declarou a entidade.

O deputado estadual Tadeu Veneri (PT-PR) também se manifestou após a repercussão das imagens. Para ele, o conteúdo representa “violação inequívoca do Estatuto da Criança e do Adolescente”. O parlamentar afirmou que levará o caso ao Ministério da Educação e à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

Posicionamento da Seed-PR

Procurada, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) informou que tomou conhecimento do vídeo e solicitou “imediatamente informações à direção da escola e aos profissionais envolvidos”. Em nota, a pasta declarou que o conteúdo registrado “não condiz com as diretrizes, princípios e orientações da rede estadual de ensino” e afirmou repudiar qualquer atividade que promova violência ou discriminação.

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