Alex Nascimento Publisher do OBemdito

Brasil aprova primeira vacina 100% nacional contra dengue

Butantan-DV, será oferecida gratuitamente pelo SUS e promete ampliar a proteção com dose única

Foto: Butantan/Divulgação
Brasil aprova primeira vacina 100% nacional contra dengue
Alex Nascimento - OBemdito
Publicado em 26 de novembro de 2025 às 14h32 - Modificado em 26 de novembro de 2025 às 14h32

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou o registro da Butantan-DV, primeira vacina 100% nacional contra a dengue. O anúncio ocorreu nesta quarta-feira e marcou um avanço importante para o país. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que o objetivo é iniciar a aplicação das doses pelo Sistema Único de Saúde em 2026. A estratégia deve ampliar a cobertura e fortalecer o Programa Nacional de Imunização.

O Instituto Butantan informou que já possui 1 milhão de doses prontas para distribuição. Além disso, o imunizante é o primeiro do mundo com proteção garantida em apenas uma aplicação. A instituição prevê produzir mais de 30 milhões de unidades até meados de 2026 e, consequentemente, reforça a capacidade nacional e reduz a dependência externa.

Padilha celebrou a conquista. “Hoje é um dia de alegria, de vitória da vacina, de vitória da ciência, de vitória da cooperação entre o SUS brasileiro e de suas instituições públicas que estão espalhadas pelo país, entre elas o Instituto Butantan”. O ministro afirmou ainda que a vacina apresenta segurança comprovada e alta eficácia. Segundo ele, o imunizante representa um “hat-trick”, já que é totalmente brasileiro, oferece proteção ampla e exige apenas uma dose.

O governo pretende apresentar a novidade à Comissão Tripartite nesta quinta-feira. A medida integra estados e municípios na definição das diretrizes de incorporação. “Queremos começar a utilização dessa vacina no começo do calendário vacinal de 2026”, afirmou Padilha. A inclusão no PNI deve ampliar o alcance da proteção e facilitar a implementação da nova tecnologia.

Dengue no Brasil

A secretária-executiva de Saúde de São Paulo, Priscilla Perdicaris, lembrou que o país registrou 866 mil casos de dengue e 1.108 mortes confirmadas em 2025. Ela reforçou a importância da logística simplificada. “Mesmo antes da aprovação, o Butantan correu para produzir 1 milhão de doses, porque sabíamos que eram estudos robustos e que seriam aprovados”. Para ela, a dose única representa um avanço decisivo. “Para nós que estamos na operação, isso muda completamente a história do jogo: facilita a logística e aumenta a adesão da população”.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também destacou os impactos positivos. Ele afirmou que o imunizante deve elevar rapidamente a cobertura vacinal. “Ser dose única vai nos ajudar muito do ponto de vista da logística e da cobertura vacinal. Infelizmente ainda perdemos muitas vidas para a dengue e é um cenário que vamos poder reverter rapidamente com uma vacina 100% brasileira”.

O diretor-presidente da Anvisa, Leandro Pinheiro Safatle, celebrou a aprovação. Ele ressaltou o orgulho da agência pelo produto nacional. “O registro da vacina da dengue é uma fonte de orgulho não só para a Anvisa, mas para o país. Estamos avançando com o registro de uma tecnologia que é desenvolvida e feita nacionalmente pelo Instituto Butantan”. Safatle reconheceu o apoio financeiro do BNDES e do Ministério da Saúde, que destinaram R$ 130 milhões às pesquisas das fases 2 e 3.

Com a aprovação da Butantan-DV, o Brasil avança em autonomia científica e enfrenta um dos maiores desafios de saúde pública do país. Além disso, a expectativa é que a dose única contribua para reduzir casos, evitar mortes e fortalecer as ações nacionais de imunização

Dengue em Umuarama

O índice de infestação predial (IIP) pelo mosquito da dengue aumentou em Umuarama. É o que revela o sexto Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (Liraa) deste ano. Por isso, a Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde faz um alerta à população para que amplie os cuidados.

Os agentes de combate a endemias (ACEs) coletaram os dados e amostras entre os dias 3 a 7 de novembro. Na sondagem anterior eles encontraram larvas em 0,6% dos imóveis em que estiveram, enquanto no levantamento atual a média subiu para 2,1%. O percentual é bem acima do volume considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 1%.

Infestacao
Foto: Assessoria PMU

Diante desses números, a Secretaria Municipal de Saúde realizará ações especiais nos pontos mais críticos, porém reforça o apelo à população para eliminar possíveis criadouros do mosquito em seus quintais

(OBemdito com informações da EBC)

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