(Foto Elaine Bruno Souza Almeida)
Na madrugada desta quinta-feira (20), quando o Parque Interlagos, em Umuarama, ainda dormia e a rua estava tomada pelo silêncio da 1h da manhã, um latido tímido cortou o ar. Vinha do sobrado, onde uma moradora já familiarizada com a saga que movimentava o bairro há três dias reconheceu o som. “Era o Chifu”, ela pensou na hora. E era mesmo.
A partir dali, tudo se desenrolou rápido, a vizinha telefonou para Cleide da Silva Bruno Souza, dona do cão de 7 anos, e imediatamente para os bombeiros. Pela primeira vez desde segunda-feira, havia esperança concreta de que Chifu estava vivo.
A segunda-feira (17) começou como tantas outras para a família. Por volta das 18h30, Cleide e a filha saíram para passear com os quatro cães de casa. Dois deles caminham sempre soltos e tranquilos, acostumados ao bairro. Entre eles, o Chifu.
Mas, a alguns metros de casa, algo deu errado. “A gente andou um pouquinho e, quando olhamos para trás, ele não estava mais”, lembra Cleide. Começou então uma busca que se espalhou pelo Interlagos 2. Ruas percorridas de carro, de moto, vizinhos acionados, grupos de WhatsApp movimentados.
Na terça-feira à noite, chegou a primeira pista, alguém teria visto o animal dentro de um bueiro perto do condomínio Versalhes. A família correu, olhou um por um e nada.
Na quarta-feira, já sabendo mais ou menos a área onde ele poderia estar, moradores se juntaram e passaram a vasculhar todos os bueiros do entorno. O Corpo de Bombeiros abriu tampas, orientou a família. “Colocamos comida ali na esperança de que ele voltasse. Mesmo assim, nada”, conta Cleide. A essa altura, a angústia já dava lugar ao cansaço e ao medo do pior. Mas o bairro não desistiu.
Pouco depois da 1h desta quinta-feira, na rua Marli Terezinha Marcondes, como num acordo silencioso entre destino e persistência, ecoou o latido que reacendeu tudo. A vizinha ouviu, reconheceu e agiu. Os militares do Corpo de Bombeiros foram acionados e chegaram rápido. Segundo o aspirante Augusto Malheiros, participaram da operação o subtenente Edison Rezende, o sargento Marcos Roberto Perecin e o soldado Eduardo Borges, da 2ª Companhia Independente de Bombeiro Militar (2ª CIBM).
Chifu estava lá assustado, sujo e muito cansado, mas vivo. Quando os bombeiros o alcançaram e trouxeram para fora, Cleide se aproximou e o abraçou ainda durante o resgate. “Foi maravilhoso. Eu já estava perdendo as esperanças”, disse, emocionada.
A filha, Elaine Bruno Souza Almeida, também celebrou. “Gente, boa notícia! O Chifu foi encontrado, está salvo. Agradeço a todo mundo que compartilhou, aos vizinhos, ao pessoal do grupo, ao bairro inteiro que se mobilizou. A mulher que ouviu o latido ligou para minha mãe, minha mãe ligou para os bombeiros… e deu tudo certo.”
A história terminou com lágrimas, abraços e um cachorro que, apesar do susto, saiu ileso. No bairro, fica a lembrança de uma mobilização raramente vista de gente que procurou de lanterna na mão, de quem abriu portões para ajudar, de quem deixou comida nos bueiros, de quem compartilhou alertas noite adentro.
“Somos muito gratas ao pessoal do bairro Interlagos 2, a todos que ajudaram e ao Corpo de Bombeiros, que foi impecável”, disse Cleide. Chifu voltou para casa. E o Parque Interlagos amanheceu um pouco mais leve neste feriado nacional, dia de Zumbi e da Consciência Negra.
(Com imagens de Elaine Bruno Souza Almeida)
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