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Operação Mar Vermelho: Gaeco deflagra nova fase contra desvio de cargas envolvendo policiais

A terceira fase da Operação Mar Vermelho cumpriu 25 mandados de busca e investigou policiais, empresários, motoristas e um advogado

Foto: MPPR
Operação Mar Vermelho: Gaeco deflagra nova fase contra desvio de cargas envolvendo policiais
Luiz Fernando - OBemdito
Publicado em 18 de novembro de 2025 às 13h25 - Modificado em 18 de novembro de 2025 às 13h25

O Núcleo de Londrina do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, deflagrou nesta terça-feira (18) a terceira fase da Operação Mar Vermelho, que investiga uma organização criminosa suspeita de desviar cargas e registrar roubos simulados com apoio de policiais militares e civis, empresários, motoristas e um advogado.

A ação contou com apoio da Corregedoria da Polícia Militar de Londrina e participação do Gaeco e da Polícia Civil do Estado de São Paulo. Ao todo, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e 18 medidas cautelares em 12 municípios de três estados: Londrina, Cambé, Ibiporã, Arapongas, Guarapuava, Matinhos e Curitiba (PR); Mairiporã e São Paulo (SP); e Joinville, Itapoá e Caçador (SC).

As investigações da Operação Mar Vermelho são desdobramentos de fases anteriores que identificaram a cooptação de policiais para registrar boletins de ocorrência falsos, relatando roubos inexistentes. As cargas eram desviadas e vendidas a receptadores previamente definidos. A análise de dados bancários, fiscais e telemáticos apontou a existência de três núcleos no esquema: operacional (motoristas), receptador (empresários) e policial.

O Gaeco apurou que os falsos roubos davam aparência de legalidade à apropriação das cargas. O núcleo policial, central nesta fase da operação, atuava na confecção dos boletins falsos e recebia cerca de R$ 5 mil por ocorrência. O esquema envolvia dois motoristas: o primeiro carregava o caminhão e repassava o veículo ao segundo, que levava a carga ao receptador. Enquanto isso, o motorista inicial procurava uma unidade policial específica, onde agentes envolvidos aguardavam para registrar a ocorrência fraudulenta. Os valores pagos pelos receptadores eram repassados pelo líder do grupo aos intermediários do núcleo policial.

Os mandados foram expedidos pela Vara da Auditoria da Justiça Militar do Paraná e pelo Juízo das Garantias da Vara Criminal de Ibiporã. Além das buscas, o Judiciário impôs medidas cautelares a sete investigados, incluindo a suspensão do exercício da função pública de policiais militares ativos, a proibição do uso de fardamento e armamento e o bloqueio de acesso a sistemas de investigação.

Também foi determinada a proibição de contato entre os envolvidos, a restrição de saída das comarcas sem autorização judicial e o afastamento da inviolabilidade profissional do advogado investigado, com base em indícios de autoria e materialidade.

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(Com informações MPPR)

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