Rudson de Souza Publisher do OBemdito

Grávida é agredida e bate a cabeça em carro durante ataque do companheiro

Vítima, de quatro meses de gestação, foi encontrada caída na rua com ferimentos na cabeça

Polícia afirma que vídeo enviado por morador mostra homem desferindo socos e puxões de cabelo antes de mulher cair e bater a cabeça em veículo (Foto PMPR)
Grávida é agredida e bate a cabeça em carro durante ataque do companheiro
Rudson de Souza - OBemdito
Publicado em 16 de novembro de 2025 às 08h32 - Modificado em 16 de novembro de 2025 às 08h32

A Polícia Militar prendeu na noite de sábado (15) um homem suspeito de agredir a companheira grávida no centro de Alto Piquiri. A vítima, que está no quarto mês de gestação, foi encontrada caída na via pública com ferimentos na cabeça, no rosto e no couro cabeludo, além de escoriações nos joelhos.

A ocorrência teve início após uma denúncia anônima, que também enviou à PM um vídeo mostrando o agressor desferindo socos, puxões de cabelo e empurrões contra a mulher nas proximidades da rodoviária do município. Nas imagens, segundo a polícia, a vítima chega a cair e bater a cabeça contra um veículo estacionado.

Ao chegar ao primeiro endereço apontado, a equipe não encontrou o casal, mas moradores confirmaram as agressões vistas no vídeo. Os policiais localizaram a mulher logo depois, caída na rua e visivelmente machucada. Em relato, ela afirmou ter sido atacada por motivo de ciúmes e disse querer representar criminalmente contra o autor. A vítima também relatou estar grávida de quatro meses.

O suspeito foi localizado na sequência. Ele negou ter agredido a mulher e afirmou ter apenas tentado “segurá-la”. Ambos apresentavam sinais de embriaguez, segundo a PM.

Diante do vídeo, das lesões e do relato da vítima, os policiais deram voz de prisão ao homem, que foi encaminhado à Delegacia da Polícia Civil de Iporã, onde o caso será investigado como lesão corporal e violência doméstica. A mulher recebeu atendimento médico após o registro da ocorrência.

Chaga profunda

A violência doméstica no Brasil é uma chaga profunda e persistente. Ela atravessa paredes silenciosas e se manifesta de forma física, psicológica, patrimonial e sexual, majoritariamente contra mulheres. Diariamente, milhares de vidas são cerceadas pelo medo dentro de seus próprios lares, um espaço que deveria ser de proteção.

Apesar de avanços legais, como a Lei Maria da Penha, a subnotificação ainda é enorme, e o ciclo de violência muitas vezes se perpetua pela dependência econômica, pelo trauma emocional e por uma cultura machista que normaliza a agressão. O problema é um reflexo de desigualdades estruturais, exigindo não apenas punição, mas uma transformação social que envolva educação, redes de apoio e uma mudança cultural urgente.

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