Grávida é agredida e bate a cabeça em carro durante ataque do companheiro
Vítima, de quatro meses de gestação, foi encontrada caída na rua com ferimentos na cabeça
A Polícia Militar prendeu na noite de sábado (15) um homem suspeito de agredir a companheira grávida no centro de Alto Piquiri. A vítima, que está no quarto mês de gestação, foi encontrada caída na via pública com ferimentos na cabeça, no rosto e no couro cabeludo, além de escoriações nos joelhos.
A ocorrência teve início após uma denúncia anônima, que também enviou à PM um vídeo mostrando o agressor desferindo socos, puxões de cabelo e empurrões contra a mulher nas proximidades da rodoviária do município. Nas imagens, segundo a polícia, a vítima chega a cair e bater a cabeça contra um veículo estacionado.
Ao chegar ao primeiro endereço apontado, a equipe não encontrou o casal, mas moradores confirmaram as agressões vistas no vídeo. Os policiais localizaram a mulher logo depois, caída na rua e visivelmente machucada. Em relato, ela afirmou ter sido atacada por motivo de ciúmes e disse querer representar criminalmente contra o autor. A vítima também relatou estar grávida de quatro meses.
O suspeito foi localizado na sequência. Ele negou ter agredido a mulher e afirmou ter apenas tentado “segurá-la”. Ambos apresentavam sinais de embriaguez, segundo a PM.
Diante do vídeo, das lesões e do relato da vítima, os policiais deram voz de prisão ao homem, que foi encaminhado à Delegacia da Polícia Civil de Iporã, onde o caso será investigado como lesão corporal e violência doméstica. A mulher recebeu atendimento médico após o registro da ocorrência.
Chaga profunda
A violência doméstica no Brasil é uma chaga profunda e persistente. Ela atravessa paredes silenciosas e se manifesta de forma física, psicológica, patrimonial e sexual, majoritariamente contra mulheres. Diariamente, milhares de vidas são cerceadas pelo medo dentro de seus próprios lares, um espaço que deveria ser de proteção.
Apesar de avanços legais, como a Lei Maria da Penha, a subnotificação ainda é enorme, e o ciclo de violência muitas vezes se perpetua pela dependência econômica, pelo trauma emocional e por uma cultura machista que normaliza a agressão. O problema é um reflexo de desigualdades estruturais, exigindo não apenas punição, mas uma transformação social que envolva educação, redes de apoio e uma mudança cultural urgente.





