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Delegado explica pedido de soltura de estudante investigado pela morte de Danilo Bido

Jovem chegou a ser apontado como suspeito após análise de dados e depoimentos, mas investigação identificou outro autor, que confessou o crime e afirmou ter agido sozinho

Foto: Danilo Martins/OBemdito
Delegado explica pedido de soltura de estudante investigado pela morte de Danilo Bido
Luiz Fernando - OBemdito
Publicado em 6 de novembro de 2025 às 15h18 - Modificado em 6 de novembro de 2025 às 18h41

O delegado Luã Mota, responsável pela 15ª Delegacia Regional de Polícia de Iporã, explicou os motivos que levaram à prisão e posterior pedido de soltura do estudante universitário Juan Lucas Martins Zanfrilli, de 24 anos, inicialmente investigado pela morte de Danilo Bido, ocorrida em Iporã, em outubro deste ano.

Mota, que preside o inquérito do crime, explicou que a prisão de Juan Lucas foi decretada com base em elementos que, à época, indicavam uma possível autoria do crime.

Juan Lucas foi preso temporariamente em 10 de outubro de 2025, após diligências e análises de dados telefônicos e telemáticos que apontavam indícios contra ele. “Uma das testemunhas relatou que a vítima e o investigado já mantinham vínculo pessoal anterior, reforçando os elementos de prova obtidos pela Polícia Civil até então”, afirmou Mota.

O delegado também declarou que, durante o interrogatório, o estudante optou por permanecer em silêncio e não apresentou, naquele momento, qualquer explicação ou prova que comprovasse sua inocência.

A análise preliminar do celular do investigado também levantou suspeitas, já que todas as conversas do fim de semana em que ocorreu o crime haviam sido apagadas.

Dias depois, o advogado de defesa Alessandro Dorigon apresentou uma testemunha que afirmou ter estado com o estudante na noite anterior ao crime. O depoente disse que ambos consumiram bebidas alcoólicas e drogas, e encaminhou um vídeo confirmando o encontro.

No entanto, segundo a investigação, a testemunha disse ter dormido por volta de 0h40 e acordado às 5h, sendo que o homicídio, conforme as investigações, ocorreu entre 1h e 1h30 da madrugada.

“Dessa forma, não foi possível requerer a revogação da prisão temporária (do estudante), pois não foram apresentados elementos que comprovassem a sua inocência, e as investigações ainda estavam em curso”, explicou o delegado.

Assista abaixo o vídeo com alguns esclarecimentos prestados pelo advogado Alessandro Dorigon:

Com a prisão e confissão de um novo investigado, que afirmou ter agido sozinho, o delegado Luã Mota afirmou que foi solicitada a soltura de Juan Lucas. “Diante da confissão do segundo suspeito e da sua alegação de ter agido sozinho no crime, foi representado pela não prorrogação de sua prisão temporária”, afirmou o delegado.

“Serial killer”

Com o avanço das apurações e uso de novas técnicas investigativas, a polícia chegou à identificação de um segundo suspeito, preso nesta quarta-feira (5). As digitais desse segundo investigado foram comparadas com as encontradas no veículo da vítima e o resultado foi positivo.

Após ser detido, o novo suspeito confessou o crime e declarou ter agido sozinho. Ele também afirmou ter cometido outros homicídios, se autointitulando “serial killer”. O caso teve grande repercussão após a confissão, divulgada nesta semana.

Mesmo com a confissão, o delegado Luã Mota ressaltou que a investigação ainda não foi encerrada. “Ainda se faz necessária a perícia nos aparelhos celulares do primeiro e do segundo investigado, afastando qualquer possibilidade de vínculo entre eles ou responsabilidades penais sobre o primeiro preso”, informou.

Com a conclusão da perícia e demais diligências, o inquérito policial será encaminhado ao Ministério Público, que decidirá sobre eventuais denúncias e o andamento processual.

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A vítima, Danilo Roger Bido, de 32 anos.

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