Igreja define limites da devoção mariana e descarta o título de Corredentora
A Igreja Católica aprofundou, nesta semana, o debate sobre a devoção mariana ao divulgar a Nota doutrinal Mater populi fidelis. O documento, aprovado pelo Papa e elaborado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, reafirma a centralidade de Cristo e orienta o uso adequado de títulos marianos. Além disso, a Nota apresenta fundamentos bíblicos e patrísticos que sustentam a maternidade espiritual de Maria sem ofuscar a ação salvífica exclusiva de Jesus.
O texto valoriza títulos como Mãe dos fiéis, Mãe espiritual e Mãe do povo fiel. Contudo, alerta para expressões que podem gerar confusão teológica. Por isso, considera inadequado o uso do título Corredentora, já que ele tende a obscurecer o papel único de Cristo na redenção. A Nota também explica que Medianeira é um título aceitável apenas quando expressa cooperação subordinada, sem qualquer pretensão de equivalência ou autonomia.
Concílio Vaticano II
O documento recorda que alguns Pontífices utilizaram o termo Corredentora em situações específicas. Entretanto, o Concílio Vaticano II evitou adotá-lo por motivos doutrinais e pastorais. A Nota lembra também que Bento XVI rejeitou o termo por considerá-lo “equívoco” e distante da linguagem bíblica, argumentando que tudo em Maria deriva de Cristo.
A orientação segue a mesma linha do Papa Francisco, que expressou sua posição contrária ao termo em diversas ocasiões. A Nota conclui que expressões que exigem explicações constantes deixam de servir à fé do povo, já que dificultam a compreensão da doutrina.
Outros títulos marianos
O documento ainda analisa títulos como Mãe da graça e Medianeira de todas as graças. Embora reconheça seu valor devocional, afirma que eles precisam de explicações cuidadosas, pois nenhum ser humano pode atuar como dispensador universal da graça. Assim, a Igreja reforça que somente Deus concede a graça por meio de Cristo.
A Nota encoraja a devoção popular, mas orienta o uso equilibrado de títulos marianos. Dessa forma, busca preservar a clareza doutrinária e fortalecer a compreensão adequada da fé católica.
Fonte: Vatican News





