Brasil

Defensoria aponta 132 mortos após operação em complexos do Rio de Janeiro

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro informou, na manhã desta quarta-feira (29), que o total de mortos após a megaoperação das forças de segurança nos complexos da Penha e do Alemão ultrapassou 130 pessoas. Segundo o órgão, foram confirmadas 132 vítimas, sendo 128 civis e quatro policiais.

Os números divergem dos dados oficiais divulgados pelo governo do estado, que até a noite de terça (28) reconhecia 64 mortes e 81 prisões.

Moradores relataram ter encontrado dezenas de corpos em uma área de mata entre os dois complexos e levaram ao menos 70 para a Praça São Lucas, no Complexo da Penha, durante a madrugada.

A movimentação começou por volta das 2h e seguiu até a manhã desta quarta, quando a praça amanheceu cercada por familiares e defensores de direitos humanos.

O presidente da associação de moradores da comunidade, Eriberto Leão, afirmou que ele mesmo ajudou a levar corpos até o Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Segundo ele, “a situação é de desespero e abandono; as famílias estão recolhendo os corpos por conta própria”.

A advogada Flávia Fróes, que acompanha o caso, disse que parte das vítimas apresenta sinais de execução. Ela classificou o episódio como “o maior massacre da história do Rio de Janeiro”.

Defensores de direitos humanos enviaram pedidos à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), solicitando a presença de observadores e peritos internacionais para acompanhar as investigações.

Operação mais letal da história do estado

A Operação Contenção, realizada nesta terça-feira (28), foi conduzida de forma conjunta pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, com o objetivo de prender integrantes do Comando Vermelho (CV).

Mais de 2.500 agentes participaram da ação, que tinha como meta cumprir 69 mandados de prisão em 180 endereços nos complexos do Alemão e da Penha.

O governo estadual informou que 81 pessoas foram presas e que os agentes apreenderam mais de 100 fuzis, um dos maiores números de apreensões já registrados em uma única operação no estado.

A ação, no entanto, transformou amplas áreas da Zona Norte do Rio em zonas de guerra.
Houve tiroteios intensos, veículos incendiados e suspensão de serviços públicos. Escolas e unidades de saúde não funcionaram, e linhas de ônibus foram desviadas.

De acordo com relatos das forças de segurança, criminosos usaram drones para lançar explosivos contra policiais e moradores, tentando conter o avanço das equipes na manhã de terça.

Com o saldo de vítimas, a operação é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, superando inclusive a chacina do Jacarezinho, em 2021, que deixou 28 mortos.

(OBemdito com informações da Agência Brasil)

Rudson de Souza

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