Umuarama

Ataque de escorpião acende alerta; Umuarama já registra mais de 500 chamados em 2025

Uma madrugada de susto e dor marcou a vida da jovem Juliana Vaz, que completa 20 anos nesta sexta-feira (3).

Na quarta-feira (1º), por volta das 3h da manhã, Juliana acordou com dor intensa e vermelhidão em um dos dedos da mão direita.

De acordo com sua mãe, Márcia Vaz, a jovem se levantou e foi até a cozinha, onde colocou gelo na mão para aliviar os sintomas.

Ao retornar ao quarto, a pedido da mãe, resolveu olhar a cama com mais atenção. Para sua surpresa, encontrou um escorpião-amarelo de tamanho considerável debaixo de seu travesseiro.

“Minha filha dormi de bruços, por isso, acreditamos que o escorpião picou seu dedo quando ela estava com a mão debaixo do travesseiro”, relatou a mãe.

Imediatamente, a mãe correu com a filha ao Pronto Atendimento Médico de Umuarama, onde Juliana foi rapidamente atendida pelos médicos.

Ela recebeu bloqueio no dedo, além da aplicação de soro antiescorpiônico purificado, apresentando apenas febre como reação.

“Os médicos disseram que ela poderia ter até falta de ar. Mas graças à agilidade no atendimento e ao local da picada, o quadro não se agravou”, disse, aliviada, a mãe.

A mãe ainda destacou sua preocupação com a situação do bairro Jardim San Marino, onde a família mora.

Segundo ela, a presença de terrenos baldios sem limpeza, carros abandonados e materiais inservíveis acumulados aumenta a proliferação do animal.

“É um problema que coloca em risco toda a comunidade. Esses lugares servem de abrigo para baratas, que são o alimento dos escorpiões”, disse.

A família já encontrou três escorpiões dentro de casa só neste ano, enquanto uma vizinha relatou ter localizado oito animais em sua residência.

“A gente vive em alerta constante. Não é a primeira vez que eles aparecem, mas agora chegou ao ponto de um deles picar minha filha dentro de casa”, desabafou Márcia.

Casos graves no Paraná

O episódio reacende o alerta sobre os riscos do escorpião-amarelo, considerado o mais venenoso do Brasil.

Em julho de 2025, um menino de 3 anos, Bernardo Gomes de Oliveira, morreu em Cambará, no norte do estado, após ser picado por um escorpião que estava escondido em um tênis.

O caso gerou grande repercussão e levou a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) a reforçar o alerta para o aumento de acidentes com escorpiões no Paraná.

A família do menino denunciou falhas no atendimento e na disponibilidade de soro antiescorpiônico, o que ampliou a preocupação das autoridades.

Situação em Umuarama

De acordo com a Vigilância em Saúde Ambiental de Umuarama, entre janeiro e setembro de 2025 foram atendidos 524 chamados da população, que resultaram na retirada de 813 escorpiões do meio ambiente.

A maior parte dos registros ocorreu na região do Bairro Guarani e arredores.

Segundo a Vigilância, nem todos os moradores que encontram escorpiões em suas casas comunicam o órgão, o que é essencial para a realização da chamada busca ativa.

Esse procedimento consiste em vistoriar o imóvel onde o animal foi encontrado e também residências vizinhas, a fim de localizar outros escorpiões que possam estar na região.

Os moradores podem informar a presença do animal pelos telefones (44) 3639-1930 e (44) 9 8829-9408, além das ouvidorias municipais 156 e 160.

Em caso de acidente, a orientação é buscar atendimento médico imediato como fez a família Vaz e, sempre que possível, levar o animal capturado ou uma foto dele para identificação da espécie, garantindo que o tratamento seja o mais adequado possível.

Como prevenir

O clima quente e úmido favorece a presença do escorpião-amarelo, que geralmente vive em redes de esgoto e se alimenta de baratas. A Vigilância recomenda medidas simples para reduzir os riscos:

  • Manter ralos, pias e tanques fechados com telas, principalmente à noite;
  • Vedar frestas e buracos em muros, paredes e pisos;
  • Evitar o acúmulo de entulhos e materiais de construção;
  • Sacudir roupas, calçados e toalhas antes de usar;
  • Afastar camas e berços das paredes, evitando que roupas de cama encostem no chão;
  • Guardar brinquedos infantis em caixas organizadoras e longe do chão;
  • Usar vedas-portas para impedir a entrada de escorpiões;
  • Evitar andar descalço à noite.
Rudson de Souza

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