Mundo

Cometa Halley provoca nova chuva de meteoros após 39 anos; próxima visita será em 2061

Todos os anos, entre os dias 19 de abril e 28 de maio, a Terra cruza a trilha de fragmentos deixada pelo cometa Halley. Esses detritos entram na atmosfera terrestre e criam um espetáculo conhecido como chuva de meteoros Eta Aquáridas. O ponto alto deste fenômeno astronômico acontece na madrugada desta terça-feira, entre 2h e 4h, quando será possível observar um número elevado de meteoros cortando o céu — especialmente no hemisfério sul.

A expectativa é de que, abaixo da linha do Equador, seja possível enxergar mais de 50 meteoros por hora, uma taxa que chega a ser cinco vezes maior do que aquela prevista para o hemisfério norte. A visibilidade será favorecida por um céu escuro, já que a Lua se põe por volta das 3h, antes do amanhecer.

Para otimizar a observação, a dica é direcionar o olhar para o horizonte leste e buscar locais com baixa luminosidade artificial. Afastar-se das luzes da cidade é fundamental para que os rastros luminosos dos meteoros se destaquem no céu noturno.

Como observar o fenômeno

Para quem estiver disposto a encarar o frio e a madrugada, a dica é buscar um local o mais escuro possível e olhar na direção leste. “O olhar deve estar voltado para o Leste”, orienta o astrônomo Marcelo de Cicco, coordenador do projeto Exoss, apoiado pelo Observatório Nacional (ON/MCTI). Segundo ele, a ausência da Lua nesse horário contribui bastante para a observação, deixando o céu mais escuro e o contraste dos meteoros mais evidente.

Não será necessário nenhum tipo de instrumento para observar a chuva de meteoros. Basta paciência para mirar o céu e esperar. Quando surgem, os meteoros atravessam o firmamento num piscar de olhos. Isso porque atingem velocidades altíssimas — de acordo com a Nasa, os fragmentos da Eta Aquáridas viajam a cerca de 65,4 quilômetros por segundo.

De Cicco antecipa que os brasileiros poderão testemunhar grandes bolas de fogo riscando o céu. O fenômeno é considerado a maior temporada de meteoros do ano, embora a visibilidade comece a ser prejudicada a partir do dia 7 de maio, quando a Lua começa a ficar mais presente no céu durante a madrugada.

Em 1986, a sonda espacial europeia Giotto se tornou uma das primeiras a encontrar e fotografar o núcleo de um cometa, passando e capturando imagens do núcleo de Halley enquanto ele se afastava do Sol. Equipe da Câmera Multicolorida Halley, Projeto Giotto, ESA (Imagem: Nasa)

A origem: cometa Halley e seu retorno em 2061

Esses meteoros que riscam o céu nesta época do ano são fragmentos de poeira e rocha deixados pelo cometa Halley (oficialmente 1P/Halley), que se desprendem sempre que ele se aproxima do Sol. Ao entrarem na atmosfera da Terra, esses pequenos pedaços se incendeiam, criando o espetáculo luminoso que encanta observadores em todo o planeta.

O cometa Halley tem uma órbita altamente elíptica em torno do Sol, com um periélio (ponto mais próximo) e um afélio (ponto mais distante). Ele é visível da Terra a cada 76 anos. A primeira observação registrada do Halley foi feita por astrônomos em 240 a.C., mas apenas em 1705 o astrônomo e matemático britânico Edmond Halley percebeu que alguns cometas apareciam de forma cíclica. Ele previu que o cometa voltaria a ser visível em 1756 — e acertou. Em reconhecimento à sua contribuição, o corpo celeste passou a ser conhecido pelo seu sobrenome.

A última passagem do Halley pelo interior do Sistema Solar aconteceu em 1986. Desde então, ele continua sua jornada em direção ao ponto mais distante de sua órbita. A próxima visita está prevista para o ano de 2061.

Tamanho

Segunda a Nasa, as dimensões do Halley são de aproximadamente 15 quilômetros por 8 quilômetros (9,3 por 5 milhas). É um dos objetos mais escuros, ou menos reflexivos, do Sistema Solar. Seu albedo é de 0,03, o que significa que reflete apenas 3% da luz que incide sobre ele.

Enquanto isso, a Terra segue anualmente cruzando a trilha de partículas que o cometa deixou para trás, proporcionando o espetáculo da Eta Aquáridas — um lembrete brilhante e veloz da grandiosidade do cosmos.

(OBemdito com informações Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Nasa)

Stephanie Gertler

Fotógrafa há mais de 16 anos, graduada em Jornalismo pela Universidade Tuiuti do Paraná, em Curitiba. Atualmente, atua como jornalista no OBemdito.

Recent Posts

PCPR prende veterinário que prescreveu 112,6 mil frascos de cetamina em 4 anos

A substância é um medicamento veterinário que estava sendo utilizada como droga alucinógena

34 minutos ago

BPFron apreende 3,5 toneladas de maconha e recupera caminhonete furtada em Umuarama

Ação integrada apreende droga, cigarros e recupera veículo carregado em Mundo Novo (MS)

1 hora ago

Concessionária Uvel promove liquidação histórica com Operação Limpa Pátio

Campanha oferece descontos inéditos, bônus na troca e condições de fábrica

2 horas ago

Quatro homens morrem em confronto com a Rone no Paraná

Suspeitos reagiram à abordagem policial em Piraquara; grupo era investigado por furto a imóvel de…

2 horas ago

Colisão traseira derruba motociclista na PR-482 durante lentidão no trânsito

Colisão traseira ocorreu na manhã desta quinta (4), entre Maria Helena e Umuarama

2 horas ago

Estudante de Umuarama conquista 3º lugar nacional na Maratona Tech

Amanda Nagera, aluna da Escola Durval Seifert, se destaca em competição nacional de tecnologia

3 horas ago

Este site utiliza cookies

Saiba mais