Ex-diretor da Norospar não responde aos questionamentos na CPI da Covid

Na manhã desta quarta-feira (22) o ex-diretor da Norospar, Pedro Arildo Ruiz Filho, participou na condição de testemunha da oitiva na CPI da Covid, realizada pela Câmara Municipal de Umuarama. Ele está detido no Complexo Médico Penal, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

Por estar preso, ele participou através de videoconferência. Seu advogado, Roberto Brzezinski Neto também estava virtualmente presente. Ele orientou o cliente a não responder aos questionamentos.

Conforme o advogado, Pedro Arlindo nunca foi intimado pelo Ministério Público, antes ou depois de ser preso, para falar sobre qualquer assunto relacionado com a investigação. Brzezinski Neto afirmou que a manifestação prévia era de que o cliente não iria responder absolutamente nada e disse para os vereadores oficiarem o Gaeco e solicitarem as informações.

Mesmo assim, os vereadores deram sequência aos trabalhos da CPI. Ana Novais, presidente da Comissão, iniciou os questionamentos a respeito do trabalho que Pedro desempenhava dentro do hospital, sobre recursos recebidos, terceirização de atendimentos, sobre funcionários, possível fraude em licitação cometida por Cecília Cividini (então Secretária de Saúde) em favorecimento de um serviço de saúde, entre outros.

Em absolutamente todos os questionamentos Pedro Arlindo se ateve a responder: me reservo ao direito de permanecer em silêncio.

A CPI da Covid é formada por cinco vereadores: Ana Novais (presidente), Ednei do Esporte (vice-presidente), Mateus Barreto (relator) e Cris das Frutas e Sorrisal são suplentes. Todos tiveram oportunidade de questionar o ex-diretor. Sonrisal chegou a dizer que Pedro Arlindo era ‘cínico’ em não responder e afirmou que muitas vidas foram perdidas em decorrência dos desvios de dinheiro público (que são investigados ma Operação Metástase).

Mateus Barreto chegou a comentar: “Pela consideração que tenho pelo senhor, peço que Deus tenha misericórdia de você”.

Ao final, o advogado do ex-diretor reafirmou que o cliente está detido há mais de 100 dias, sem nunca ter sido procurado pelo MP para informar sua versão dos fatos e que não seria na CPI que ele iria se manifestar. A presidente da Comissão, Ana Novais argumentou que esta então seria a oportunidade para ele falar, mas “infelizmente prefere perceber em silêncio.

Há possibilidade de os vereadores tomarem medidas semelhantes às que foram tomadas quando Luiz Paulo Fávaro, que atuava no setor financeiro do hospital Norospar, se negou a responder as perguntas. Relembre aqui.

CPI da Covid

A CPI da Covid foi formada para apurar um esquema de desvio de recursos na área da saúde da Prefeitura de Umuarama apontado pela Operação Metástase. O prejuízo aos cofres públicos pode chegar a R$ 19 milhões.

A comissão foi formada após a Operação Metástase, conduzida pelo MPPR por meio da Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos (SubJur), do núcleo de Umuarama do Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria) e do núcleo de Cascavel do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), contando também com o apoio da Polícia Militar do Paraná (PMPR).

A operação investiga a atuação de uma organização criminosa suspeita de praticar os crimes de peculato e falsidade ideológica a partir de desvios na área da saúde no município de Umuarama, além de fraudes em licitações (direcionamento para empresas de interesse do grupo), fraudes em contratações diretas (também mediante favorecimento a empresas ligadas ao grupo), superfaturamentos e corrupção ativa e passiva (com depósitos em contas de investigados e de terceiros).

Confira a sessão da CPI da Covid:

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