Cotidiano

Polícia investiga casal por lesão corporal e exercício ilegal da profissão em clínica no Paraná

A Polícia Civil do Paraná investiga Tiago Tomaz da Rosa, farmacêutico responsável pela Clínica Revive, e sua esposa, a médica Carolina Milanezi Bortolon Rosa, por suspeita de lesão corporal de natureza grave e exercício ilegal da profissão. O caso envolve a paciente Raquel Roseli Demichei Dornelles, que alega ter sofrido deformação facial após um procedimento estético na clínica, localizada em Cascavel, no oeste do estado.

Em junho de 2023, Raquel procurou a clínica para realizar o procedimento “Sculptra”, que promete estimular a produção de colágeno na pele. No entanto, ela afirma que o farmacêutico aplicou polimetilmetacrilato (PMMA) em seu rosto, substância não indicada para tratamentos estéticos e que, segundo o Conselho Regional de Farmácia (CRF-PR), apresenta altos riscos de complicações, como inflamações, infecções e deformidades permanentes.

Raquel relatou que, após o procedimento, sentiu dores intensas e começou a desenvolver alergias. “Eu não podia mais me olhar no espelho. Eu me achava feia”, conta, destacando o impacto psicológico que a situação causou em sua vida. Ela também revelou que, ao longo de meses, continuou a receber tratamentos da equipe da clínica, que atribuía os sintomas a efeitos colaterais do procedimento.

Em setembro de 2023, o CRF-PR e o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) realizaram uma fiscalização na Clínica Revive, após a denúncia de Raquel. Durante a inspeção, foram constatadas irregularidades, incluindo o uso de PMMA. Além disso, a clínica já havia sido alvo de outras denúncias relacionadas a práticas inadequadas e potenciais violações sanitárias.

O caso é também acompanhado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR). Em um desdobramento, Raquel procurou um dermatologista especializado, que, após exames, confirmou a presença de PMMA em seu rosto. A paciente afirmou que, até aquele momento, acreditava que a substância aplicada fosse absorvida naturalmente pelo corpo, como acontece com o “Sculptra”, mas o resultado foi o contrário.

A história de Raquel repercutiu na internet e outras vítimas se manifestaram. Uma delas relatou ter sofrido necrose da pele após um procedimento realizado na clínica em 2021, também com o produto que não foi indicado. Ela afirmou que, após várias tentativas de tratamento na clínica, buscou ajuda de um cirurgião plástico, que se recusou a tratar seu caso devido à gravidade das lesões.

A experiência de Raquel afetou profundamente sua vida pessoal. “Eu não sabia para onde correr. Até hoje, uso medicamento psiquiátrico para lidar com tudo isso”, desabafou. As investigações continuam e as autoridades aguardam os desdobramentos dos processos relacionados à clínica.

Com informações G1 Paraná

Redação

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