Simepar prevê redução da fumaça no Paraná no fim de semana, mas só chuva intensa trará fim
O material tem origem nas queimadas que ocorrem na Amazônia e no Pantanal, que têm gerado impactos a centenas de quilômetros de distância
A fumaça das queimadas que atingem várias regiões do Brasil chegou ao Paraná com intensidade, afetando a qualidade do ar no estado. Na última segunda-feira (9), o laboratório da Universidade Federal do Paraná (UFPR) registrou o pior índice de poluição atmosférica já medido em Curitiba. Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), a situação deve persistir até que a frequência das chuvas aumente.
De acordo com o laboratório Lab AIR, o nível de partículas poluentes no ar foi dez vezes maior do que o considerado normal. Esse material tem origem nas queimadas que ocorrem na Amazônia e no Pantanal, que têm gerado impactos a centenas de quilômetros de distância.
Lizandro Jacóbsen, meteorologista do Simepar, destacou que todo o estado do Paraná tem sido afetado pela fumaça. Ele apontou que a situação pode ter um breve alívio nos próximos dias, mas a expectativa é de que os efeitos continuem por algum tempo.
“A maioria das cidades do Paraná está com o céu encoberto por fumaça proveniente dos incêndios florestais. Em Curitiba, o sol permanece ofuscado e o pôr do sol tem apresentado uma coloração muito avermelhada. Essa condição deve persistir, pelo menos, até quarta ou quinta-feira nas diversas regiões paranaenses”, afirmou Jacóbsen.
O meteorologista explicou ainda que, embora haja previsão de chuvas isoladas, elas não serão suficientes para dissipar a fumaça e elevar a umidade do ar.
“Até sexta-feira, deve chover em áreas do oeste e sudoeste do estado, mas apenas no fim de semana é que há chances de uma precipitação mais abrangente em todo o Paraná”, disse. Com a chuva, pode haver uma leve melhora na qualidade do ar e na redução da fumaça, mas o efeito será temporário.
“Essa melhora será passageira, porque, na próxima semana, com o retorno do tempo seco, o vento voltará a trazer o material particulado para o Sul do Brasil”, alertou Jacóbsen.
Para lidar com os efeitos da fumaça, as autoridades recomendam que a população evite qualquer tipo de incêndio, como o uso de fogo para limpeza de terrenos ou a queima de lixo. Também é importante destinar adequadamente materiais vegetais, evitando a formação de pilhas de folhas e galhos. Em caso de incêndios, a orientação é acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros.
O clima seco também agrava problemas respiratórios, como asma e bronquite, especialmente em crianças. A baixa umidade do ar desidrata as vias respiratórias, causando irritação. Por isso, é fundamental manter a hidratação constante. Sintomas como tosse, coceira no nariz (com possibilidade de sangramento nasal em crianças), espirros, garganta seca, irritação nos olhos e dificuldade para respirar são sinais de que o organismo está sofrendo com o ressecamento do ar.
(Com informações Banda B)