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CPI da Covid: Contador diz que ex-secretária e ex-diretora da Saúde recebiam propina

Segundo o depoente, valores mensais variavam de R$ 3.000 a R$ 5.000

O contador Guilherme Roberto Pereira, que prestou depoimento por videoconferência / REPRODUÇÃO CMU
O contador Guilherme Roberto Pereira, que prestou depoimento por videoconferência / REPRODUÇÃO CMU
CPI da Covid: Contador diz que ex-secretária e ex-diretora da Saúde recebiam propina
Redação - OBemdito
Publicado em 24 de agosto de 2021 às 14h01 - Modificado em 25 de agosto de 2021 às 12h48
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O contador Guilherme Roberto Pereira prestou depoimento como testemunha na CPI da Covid da Câmara de Umuarama na manhã desta terça-feira (24). Ele tinha o opção de permanecer calado, mas resolveu falar, e para a surpresa da própria comissão, fez revelações bombásticas.

Pereira, que está preso em Curitiba, afirmou que a ex-secretária municipal de Saúde Cecília Cividini Monteiro da Silva e a ex-diretora da pasta, Renata Campagnole, receberam propina de empresas contratadas ou terceirizadas com recursos do Fundo Municipal de Saúde, alvos da Operação Metástase, do Ministério Público.

O vice-presidente da Comissão, vereador Edinei do Esporte, perguntou a Pereira se, em algum momento, foi compartilhado com ele algum pedido de propina por parte de agentes públicos municipais diante dos contratos da administração municipal na área da Saúde. 

O contador respondeu: “Depois que eu comecei a fazer o contrato, no primeiro mês, eu soube que a Renata ia receber um valor e que a Cecília também iria receber. Por eu ser o contador, eu sabia quanto dava de lucro essas coisas, eles me informaram que um valor mensal seria pago a Cecília e a Renata”. 

O contador confirmou que os repasses mensais variavam de R$ 3.000 a R$ 5.000 para cada uma das ex-servidoras e no caso de Renata não se tratava de um valor fixo. O dinheiro destinado às duas provinha do caixa das empresas pertencentes a Daniela de Azevedo Silva e Lucia Sampaio Dias, ora contratadas por dispensa de licitação, ora terceirizadas pelo Hospital Norospar.

Em dezembro do ano passado, o hospital venceu a licitação para administrar o Pronto Atendimento e terceirizou o serviço de contratação de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem para Daniela de Azevedo, que também é médica, e Lucia Sampaio Dias. Guilherme Roberto Pereira foi incumbido de cuidar da parte administrativa e da contabilidade.  

“Se isso (repasse de dinheiro a Cecília e Renata pela empresa de Daniela) é caracterizado desvio público, então, creio que sim (houve desvio), mas o dinheiro era da empresa”, respondeu Pereira, na tentativa de tirar qualquer responsabilidade criminal sobre as empresárias.

 “Eu sabia que elas (Cecília e Renata) recebiam, mas eu não levava o dinheiro até elas. O dinheiro eu deixava com a Lúcia”, declarou Pereira.

Assim como Guilherme Pereira, Daniela de Azevedo Silva é uma das nove pessoas presas de forma preventiva nas duas fases da Operação Metástase. Renata Campagnole e Lúcia Sampaio Dias cumprem prisão domiciliar.

Na sessão presidida pela vereadora Ana Novais, o relator da CPI, Mateus Barreto, solicitou que o depoimento do contador seja encaminhado para o Ministério Público. Barreto defendeu a prisão de Cecília Cividini e a revogação da prisão domiciliar de Renata.  

OBemdito não conseguiu contato com as defesas das pessoas citadas pelo contador. O espaço está aberto para eventuais manifestações. 

Um outro depoimento estava marcado para esta terça. Amparado por um habeas corpus, o ex-administrador da Norospar, André Buratti, não compareceu à Câmara.

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