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Paraná

Perícia aponta “gambiarra” em teto de supermercado que desabou e matou três pessoas

Três pessoas foram indiciadas por lesão corporal e homicídio culposo

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Perícia aponta “gambiarra” em teto de supermercado que desabou e matou três pessoas
Redação
OBemdito
8 de maio de 2024 16h22

Três pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil do Paraná (PCPR) durante a investigação e perícia da obra no teto do supermercado que matou três pessoas e feriu outras 12 em Pontal do Paraná, no litoral do Estado, no dia 12 de março. Os envolvidos foram apontados pelo órgão como responsáveis pela queda da laje da estrutura devido a “gambiarras” presentes na obra.

A investigação da PCPR contou com os laudos complementares da Polícia Científica, recebidos ainda nesta semana. Os peritos constataram irregularidades e gambiarras na obra.

O inquérito apontou três homicídios culposos – onde não há intenção de matar – e 12 lesões corporais também culposas. Os indiciados são o proprietário da construtora (por imperícia), o responsável pela obra (por negligência) e o dono do supermercado (por imprudência)

Ainda segundo a PCPR, o estabelecimento foi inaugurado sem o laudo do Corpo de Bombeiros e sem os alvarás de funcionamento emitidos pela prefeitura do município.

“A Polícia Civil entende que o dono do supermercado, assim como esse responsável por administrar a obra foram imprudentes em inaugurar o empreendimento sem a documentação necessária. Por isso eles serão formalmente indiciados por homicídios culposos”, afirma o delegado Jader Roberto, responsável pelo inquérito policial.

O inquérito agora será encaminhado ao Ministério Público do Paraná, que avaliará as provas apresentadas e decidirá pela denúncia à Justiça.

Gambiarras

De acordo com o perito Luís Noburu Marukawa, havia uma série de erros na execução da obra, como uso improvisado de materiais nas estruturas:

“Constatamos efetivamente um erro na execução da montagem das peças estruturais na torre daquela edificação. Nós temos gambiarra, aonde foi colocada madeira para preencher um espaço vazio entre pilar e viga; nós temos a questão do cobrimento da laje com uma especificação menor do que a do projeto. Isso tudo fragilizou aquela laje”, explicou.

Marukawa explica que a força da água que caiu dos reservatórios sobre a laje também evitou que mais pessoas não se tornassem vítimas do desabamento. “Quando a água cai daquela torre, em grande volume, ela empurra as pessoas que estavam próximas. Então, a água deve ter poupado algumas vidas durante o desabamento”.

(Com informações RIC Mais)

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