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Ítalo Fábio Casciola Publisher do OBemdito

O álbum de figurinhas que virou o presentão de Natal da galerinha das antigas

Era o Álbum de Natal, que chegou a Umuarama em novembro de 1970...

Fotos: Reproduções de Álbuns/Acervo De Italo Fábio Casciola
Fotos: Reproduções de Álbuns/Acervo De Italo Fábio Casciola
O álbum de figurinhas que virou o presentão de Natal da galerinha das antigas
Ítalo Fábio Casciola - OBemdito
Publicado em 23 de dezembro de 2023 às 16h04 - Modificado em 23 de dezembro de 2023 às 16h04
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Os álbuns de figurinhas são uma paixão que remonta aos anos 1960, quando surgiu essa onda colecionável em torno das Copas do Mundo, sendo lançados reunindo fotos de craques do futebol e os times mais famosos do Brasil e do mundo.

Mas, rapidamente, esse hobby se tornou mais abrangente passando a incluir personagens famosos do cinema e cenas dos grandes filmes; artistas da televisão e da música; pontos turísticos com imagens maravilhosas… Mas, o estrondoso sucesso foi quando as editores tiveram a ideia de lançar os álbuns com os ídolos das histórias em quadrinhos – os famosos gibis -, como Pato Donald, Tio Patinhas, Tom & Jerry, Batman, Superman, A Turma da Mônica e centenas de outros.

Esses álbuns tinham edições editadas durante o ano inteiro pois o público infanto-juvenil reunia milhões de crianças e adolescentes que não perdiam um lançamento e, principalmente nas escolas, durante os horários de recreio o troca-troca de figurinhas repetidas virou uma febre…

E SURGIU UMA IDEIA FANTÁSTICA: AS FIGURINHAS DE NATAL!

Em novembro de 1970, algumas semanas antes das festas de fim de ano, a Editora Abril teve a ideia fantástica de lançar o álbum de figurinhas do Natal. Uau! Quando a novidade chegou às bancas de revistas e às livrarias foi um corre-corre tremendo. As figurinhas retratavam tudo o que era ligado ao Natal. Claro, Papai Noel era o ‘cara’ – a maioria das imagens eram dele! Mas no álbum figuravam presépios, frutas típicas, doces e bolos natalinos, enfeites hiper coloridos dos pinheirinhos mágicos de Natal, etc.

Em Umuarama, assim como no resto do Brasil, a galerinha rodava as bancas e as livrarias procurando o Álbum de Natal. Merece registro que os locais onde a gente encontrava esse álbum e outros eram a Livraria Paraná e Livraria São Pedro, ambas situadas no alto da Avenida Paraná. Inclusive, vale relembrar que a permuta de figurinhas repetidas passou a movimentar ainda mais o antigo Cine Guarani (o primeiro cinema da cidade). O encontro da garotada – tanto meninos como meninas – acontecia na calçada e ocupava quase meio quarteirão onde estava situado o cinema. Isso ocorria nas tardes de domingo, um pouco depois do almoço, quando todos saíam de casa em disparada para o troca-troca de figurinhas, que acabava assim que começava o filme da matinê.

ÁLBUM VIROU PRESENTE DE NATAL!

Quando foi lançado, quase dois meses antes do dia 25 de dezembro, o Álbum de Natal foi eleito ‘o’ presente de Natal mais sonhado da moçada. Os pais eram ‘cobrados’ bem antes: os filhos pediam para eles comprarem os álbuns e os pacotes de figurinhas nas livrarias e bancas. Até os adultos ficavam entusiasmados com o tema desse novo álbum e atendiam seus herdeiros com a maior alegria e rapidez…

Foi o maior sucesso nacional e os idealizadores do álbum comemoraram depois das festas de fim de ano que as vendas do Álbum de Natal superou todos os outros lançados naquele ano. E foram unanimidade em garantir que o tema natalino foi o motivo desse recorde comercial. Tanto é que no ano seguinte todas as editoras brasileiras também lançaram álbuns natalinos e acabou virando tradição em todas as cidades brasileiras.

Hoje essas relíquias antigas são hiper valorizadas em sebos (lojas de publicações antigas) e antiquários das grandes metrópoles. São procurado pelos saudosistas hoje idosos que naquele tempo eram crianças e adolescentes, que compram os velhos álbuns de figurinhas natalinas a peso de ouro para mostrar para os netos ou guardar como lembrança do passado feliz em que o colecionismo era um hobby que proporcionava a maior felicidade…

Para nossa antiga geração, creio eu, o colecionismo nutria nossa mente de entretenimento e cultura assim como o celular e a internet agitam felizes a vida desta geração moderna. A gente era feliz e sabia disso – seria imbecilidade dizer o contrário! Era tão feliz que a gente recorda com sabor de alegria, né?!

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