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Graça Milanez Publisher do OBemdito

“Beleza é chegar aos 71 anos com saúde e feliz da vida” diz Miss Sênior Anecy Oncken

Com nove faixas conquistadas, a umuaramense também escreve e doa livros lúdicos; e faz e vende bolachinhas

Feliz da vida: Anecy Oncken e o seu acervo de coroas, faixas e medalhas - Fotos: Graça Milanez
Feliz da vida: Anecy Oncken e o seu acervo de coroas, faixas e medalhas - Fotos: Graça Milanez
“Beleza é chegar aos 71 anos com saúde e feliz da vida” diz Miss Sênior Anecy Oncken
Graça Milanez - OBemdito
Publicado em 2 de dezembro de 2023 às 19h48 - Modificado em 4 de dezembro de 2023 às 10h23
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Ela não só tem um rosto bonito e um corpo esbelto, como também elegância, simpatia, carisma e motivação para a filantropia. Não somos nós d’OBemdito que dizemos… Foram os jurados dos vários concursos de beleza de que participou, dos quais arrebatou nove títulos.

A professora aposentada e modelo sênior Ane Oncken, 71 anos, há poucos dias retornou de Punta Cana/República Dominicana [lugar das praias paradisíacas] comemorando mais vitória. De lá voltou com títulos e muitas lembranças boas. “Fiquei sete dias lá; foi um passeio inesquecível!”.

Antes de Punta, Ane, como é chamada pelos amigos, disputou em palcos por aqui, conquistando as faixas de ‘Miss Universo Paraná Sênior’ [2018] e ‘Miss Beleza Sênior Brasil’ [2019]. Fora do Brasil, o primeiro concurso foi em 2021, na Bolívia, de onde trouxe os títulos ‘Mais elegante’, ‘Traje típico mais bonito’ e o entusiástico ‘Miss Sênior”. Ano passado repetiu a façanha na Colômbia: voltou com a faixa de ‘Miss Sênior’.

Este ano em Punta Cana, idem: ganhou a faixa do título máximo [‘Grandma Belleza Marina Internacional’] e a elegeram a ‘Mais comunicativa’ e a ‘Mais simpática’. Em conversa com OBemdito, ela conta com voz mansa, sem ser esnobe, que significado que enxerga nesses títulos. “Todos me deram oportunidade para praticar sororidade, exercitar empatia e cooperação”, destaca.

Anecy Oncken exibe a faixa que conquistou em Punta de Cana: expressão máxima da beleza sênior lá no concurso da República Dominicana

Segundo ela, toda miss tem que apresentar uma ação social nos concursos. “Eu optei por escrever livros de apoio pedagógico e de inclusão”, conta. “Escrevo, cuido da edição, acompanho a impressão na gráfica e distribuo, de graça, nos concursos que vou”, detalha, colocando ênfase na fala.

Tem mais: antes de chegar à gráfica corre atrás de patrocínio para os custos de produção dos livrinhos; como nunca consegue o suficiente [afinal, conquistar apoiadores nesse país não é tarefa fácil!], faz bolachas decoradas e vende para conseguir bancar seu propósito solidário [saiba mais abaixo].

“Tudo o que faço, faço com amor porque me dá prazer”, acentua Ane, que não esquece do seu primeiro concurso de beleza. “Foi no Country Club… Resolvi participar, mas com uma meta: ‘Se não ganhasse, me casaria’… Estava indecisa quanto ao casar! Não ganhei, casei!”, relembra, rindo. Se valeu o lance? “Não sei… Só sei que o casamento não foi o que idealizei, mas, olhando para o lado positivo, me deu os três filhos que tanto amo!”

Concurso de Miss do Country Clube, sua primeira e única experiência em concurso quando jovem

E, já sexagenária, voltar para a passarela foi um “equívoco bem-sucedido”. Ane explica: “Soube de um evento no Hotel Caiuá de seleção de modelos. Fui, sem saber que era para meninas e moças, mas não fiquei constrangida… Nem deu tempo para isso, porque quando o produtor de moda Leandro Anthony me viu, com expressão de admiração, disse: ‘Ela é audaciosa! Vou transformá-la na minha Miss Sênior’; e assim fez! Cá estou com minhas faixas e minhas motivações palpitantes”, orgulha-se Ane.

E para por aí? “Mais ou menos”, foi a resposta. “Eu me ‘aposentei’ como Miss, porém meu sonho agora é me tornar embaixatriz das ‘misses seniors’!”, esclarece. E avisa: “Já estou atrás de patrocínio para isso”. [Hoje, só tem um fixo: do Ateliê Danielle Sauim.]  

Saúde, tem. Aliás, é o que considera o melhor de tudo: “Chegar aos 71 com saúde é muito bom! Durante os sete dias que fiquei em Punta não senti canseira, nenhuma dor… Ficava horas em sessões de foto, andei muito, por vários lugares… Nem aquele sol terrivelmente quente me tirou o ânimo! Estou muito feliz!”

Concurso de Miss do Country Clube, sua primeira e única experiência em concurso quando jovem

Bela carreira!

Anecy nasceu em Londrina, mas cresceu na cidade de Umuarama [chegou aqui com 8 anos de idade], onde seu pai foi pioneiro [o saudoso cartorário e esportista Mário Oncken, que dá nome ao segundo mais importante ginásio de esportes da cidade]; é viúva, tem três filhos e sete netos.

Assim que se casou, foi morar em Cruzeiro do Oeste; em 1982 mudou-se para Londrina e em 1997 para Morretes, onde lecionou em escola rural por vinte anos [num povoado chamado Candonga]. É graduada em História e pós-graduada em Tecnologia Aplicada à Educação.

Voltou para Umuarama em 2016, porque “este é o melhor lugar do mundo!”. Chegou, se instalou e pensou: “O que vou fazer? Não queria um emprego, queria uma atividade que me fizesse me sentir útil para a sociedade… A chance apareceu e eu abracei”.

A chance foi participar como voluntária da AMA – Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Umuarama e Região. “Foi gratificante”, exclama a Miss que faz hidroginástica para manter o corpinho esguio e aulas de teatro para aliviar a mente.

Muito orgulho: ao todo, Anecy Oncken reúne 12 faixas, conquistadas em concursos nacionais e internacionais

Lindos livros!

Ane já escreveu e publicou sete livros: ‘Era uma vez… Vogais’, ‘O alfabeto dos alunos’, ‘Alfabeto do Minhoco’, ‘Bêia – a abelhinha sem ferrão’, ‘Tabuada rimada dos bichinhos’, ‘A borboleta azul’ e ‘Umuaramando nos esportes’. Todos dirigidos para o público infantil e ilustrados.

Um deles, ‘Era uma vez… Vogais’, também publicado em Libras e em espanhol, foi ilustrado pelo filho Jefferson Rodrigues Oncken da Silveira; e ‘O alfabeto dos alunos’ saiu bilíngue: em português e Braille. O que tematiza o esporte foi publicado em parceria com o cartunista Marcos Vaz [da série: ‘A alma de Umuarama é a literatura’]; nele, Ane inclui a história do pai.

Somando tudo, a tiragem passa de trinta mil exemplares, todos distribuídos nos concursos e nas escolas e bibliotecas de várias cidades.

Doces e delicados biscoitos!

Do computador para a cozinha. Ane reserva pelo menos umas oito horas por semana para fazer as bolachinhas artesanais que vende com o objetivo de juntar dinheiro para a produção dos livros que doa. E não se trata de uma receita qualquer, não!

Na dela vão leite condensado, leite em pó e manteiga, ingredientes caros! Depois de prontos, um a um é decorado, com desenho colorido, feito à mão. Nesta época, a modelo está empenhada em encomendas de Natal – numa delas, mil foram encomendados.

Bolachinha de Natal da Ane: o que arrecada com as vendas investe na produção dos livros que doa

No dia que conversou com nossa equipe, estava concluindo o pedido. Com ajuda da amiga Crislaine Rissato, pintava calmamente figuras natalinas, como Papai Noel, árvore de Natal, botas do Papai Noel, pomba da paz, entre outras.

Quando não recebe encomenda, faz mesmo assim, e sai para vender. E vende. “Não tenho vergonha, não! Faço isso com a maior satisfação! Sendo para uma causa que considero nobre, sei que o retorno é promissor!”.

== Para encomendar biscoitos ou oferecer patrocínio entre em contato com Ane pelo whatsApp 9 9930 2084.

Bolachinhas de Natal da Ane: todas decoradas, uma a uma
Receita ‘delícia’: as bolachinhas de Natal da Ane são feitas com leite condensado
Ane mostra seu talento em decoração de bolachinhas: pintura feita à mão
A amiga de Ane, Crislaine Rissato, que ajuda na decoração das bolachinhas

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