Saúde
Palestra no Ambulatório de Infectologia marca o fim do mês de conscientização sobre sífilis
Doutor Ricardo Delfini Perci realizou capacitação com agentes municipais
Redação
OBemdito
27 de outubro de 2023 19h36
Uma das doenças mais antigas do mundo, a sífilis ainda resiste e persiste. Para se ter uma ideia, só nos primeiros nove meses deste ano foram confirmados 39 casos (36 adquiridas e mais três em gestantes) em Umuarama, segundo relatório do Ambulatório de Infectologia da Secretaria Municipal de Saúde.
O médico infectologista Ricardo Delfini Perci encerrou na tarde desta sexta-feira (27) os trabalhos especialmente desenvolvidos para lembrar o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, comemorado no terceiro sábado de outubro.
Em palestra para agentes comunitários de saúde, realizada no Anfiteatro Haruyo Setogutte, o médico detalhou que a sífilis chegou e ficou, propagando-se em especial em tempos de guerras.
“Há registros de seus sintomas de milhares de anos atrás. A medicina moderna identificou a bactéria causadora da doença (Treponema pallidum) em 1905, mas a cura só veio com a invenção da penicilina, em 1943. É curável e exclusiva do ser humano, tendo como principal via de transmissão o contato sexual. Também pode ser transmitida por sangue contaminado”, especifica.
O tratamento, segundo Dr. Perci, é feito com antibióticos e deve ser acompanhado com exames clínicos e laboratoriais para avaliar a evolução da doença e estendido aos parceiros sexuais.
“A sífilis é uma infecção curável, com tratamento relativamente simples, mas pegar uma vez não promove imunidade. Nas formas mais graves da doença, como na fase terciária, o não tratamento adequado pode levar à morte”, alerta.
Os sinais e sintomas da sífilis variam de acordo com o estágio da doença, que se divide em latente – quando não aparecem sinais ou sintomas –, primária – quando há uma ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio –, secundária – quando aparecem manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés, febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo – e terciária – que pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção, com lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas.
O cronograma de ações desenvolvido pelo Ambulatório de Infectologia contou com palestras sobre ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) e Sífilis, apresentada pela psicóloga Lucinéia Ceolin e pela estagiária em psicologia Lorena Ruiz, que foram até instituições, empresas e abordagens a pessoas em situação de rua e usuários do Albergue Apromo, comenta Maria de Lourdes Gianini, coordenadora do Ambulatório.
“Após passar pela unidade de saúde de seu bairro, o paciente que apresenta os sintomas é encaminhado ao Ambulatório, onde ele passa a receber todo o acompanhamento, medicamentos gratuitos e todo apoio necessário”, relata.
(Com informações assessoria PMU)