Umuarama

Jovem umuaramense lança livro focado na amizade entre uma criança e um adulto

Acaba de sair da gráfica o romance ‘Por que os adultos choram’, do escritor umuaramense Fábio Magalhães, 31 anos. É o terceiro livro que ele lança, de 2016 pra cá. Cruzando histórias de vida de um garoto com câncer e um veterano de guerra, o autor discorre sobre as adversidades da vida e a importância de se cultivar a esperança [leia sinopse, abaixo].

Aliás, esperança, pode-se dizer, é o que move o jovem Fábio no seu ofício de escritor autodidata. A busca por uma editora que publicasse esta sua nova história não foi fácil, nem rápida. Desde 2018 Fábio, que é filho de feirantes e trabalha de vigilante no Senac, lutava para isso.

“Estou muito feliz em poder concretizar essa obra, que escrevi com muito fervor e paixão! Amo escrever! Esta é uma daquelas histórias que emociona o próprio autor: é uma ficção, mas é rica em fatos reais, inspirados em documentários e em grandes clássicos do cinema. Tenho certeza que o público vai gostar”, assegura.

Fábio, que mora num sítio da família, em Maria Helena, tem no currículo experiências que comprovam o quanto é batalhador: até os 19 anos ajudou os pais na roça; depois, foi carregador e montador de móveis, feirante e frentista. “Escrevo desde os 16 anos de idade; até chegar ao romance, escrevi muitos poemas e contos, sempre nas horas vagas”, informa.

“Apesar de ainda não ter uma formação acadêmica, eu me considero bem-sucedido neste propósito; vivo em busca de conhecimento, principalmente sobre os temas que escrevo”, acrescenta o moço que sonha em cursar a faculdade de Psicologia.

Lançado pela editora Ases da Literatura, de Braga, Portugal, em coparticipação,´Por que os adultos choram’ conta com inscrição no ISBN – International Standard Book Number [padrão numérico global de publicações] e pode ser adquirido na Amazon. “Já teve gente do Japão e Portugal que compraram”, comemora Fábio.

‘O Relato de um Anjo’, lançado em 2016 pela editora Chiado, foi o primeiro romance publicado de Fábio [em várias línguas]; logo depois ele teve um conto publicado na antologia brasileira ’31 Contos Assombrados’, da editora Rouxinol, que reúne autores de várias cidades do Brasil. O segundo romance ‘Eduardo, o poeta sem memória’ saiu pela editora Constelação, em 2019.

Sinopse

Na ala de pacientes com câncer, a esperança surge de uma amizade improvável

O romance “Por que os adultos choram”, do escritor Fábio Magalhães, conta a história de uma criança que ajuda um idoso a se curar das feridas do passado

Aos 8 anos, Eric Carter é internado em um hospital após receber o diagnóstico de leucemia. A área destinada a crianças está lotada, então ele é temporariamente alocado no mesmo quarto de Johnson Scott, um solitário veterano de guerra. A partir destes dois protagonistas, o escritor Fábio Magalhães conduz os leitores por uma história comovente em Por que os adultos choram.

Com o sonho de ser um soldado, o garoto pede para que o idoso conte suas lembranças sobre a Segunda Guerra Mundial. Por isso, os capítulos são divididos entre o presente, na luta deles contra o câncer, e o passado, que retoma as principais memórias do militar reformado. O homem compartilha com o menino a felicidade de conhecer a esposa, a dor de perdê-la décadas depois, os traumas dos conflitos e as dificuldades de se relacionar após todas essas experiências.

Nos horários de visitas, a família de Eric sempre ia visitá-lo. Ele apresentava Johnson para todos eles, dizia que ele era seu amigo. Às vezes, Johnson ficava sem jeito e, ao mesmo tempo, feliz por conta disso. Mas havia um porém, Eric não entendia porque ninguém ia visitar Johnson. (Por que os adultos choram, pg. 79)

Em Por que os adultos choram, o autor atravessa ainda as trajetórias de outros personagens, como a enfermeira Rose, cujo maior sonho é trabalhar no hospital e garantir o sustento da família. Elizabeth, a mãe do menino, também tem papel importante, por ser o principal apoio do filho e enfrentar a frustração de uma traição. Outro elemento que complementa a obra é uma playlist no Spotify, que pode ser acessada pelo QR Code disponível nas primeiras páginas e traz composições de nomes como Hans Zimmer e Fernando Velázquez.

Por meio da dualidade entre a inocência de Eric e a melancolia de Johnson, Fábio Magalhães apresenta uma realidade triste, mas a relação entre eles também evidencia como os dias podem se tornar melhores quando as pessoas não estão mais solitárias. É um livro sobre o peso inerente à vida, mas também sobre a necessidade de manter um olhar inocente para suportar o mundo.

Graça Milanez

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