Foto: Danilo Martins/OBemdito
Não teve impedimento, nem expulsão, nem cartão vermelho ou amarelo no principal propósito da atleta e personal trainer Paula Karina da Silva Cirilo, 34 anos, natural de Cruzeiro do Oeste. Desde 2013 ela vem treinando intensa e persistentemente para agora comemorar a chegada ao concorrido pódio de árbitros da Fifa (Federação Internacional de Futebol).
Formada em Educação Física pela Universidade Paranaense, ela foi convocada pela poderosa entidade sediada na Suíça para fazer o teste, no final do ano passado, em São Paulo. E passou, com alto índice [equiparado ao masculino]. O resultado tão esperado significou então sua integração ao quadro internacional neste ano, junto com apenas mais três mulheres.
“Foi um misto de emoções, muita adrenalina! Não há nada que eu diga que possa identificar o que senti, naqueles últimos dias antes da prova até o grande dia. E graças a Deus deu tudo certo: quase dois anos com treinos específicos aplicados por um preparador conceituado, seguindo cuidados nutricionais e psicológicos, com total apoio familiar… Tudo isso foi de suma importância”, conta, com ênfase na voz, demostrando o quanto está feliz.
Mas os treinos continuam, on-line, não menos rigorosos, com um preparador físico da Fifa [ele em São Paulo, ela em Umuarama, no ginásio de esportes Amário Vieira da Costa, interagindo pela internet]. “Estou contente, comemorando, mas a luta continua; tenho que manter a dedicação ao máximo, com comprometimento e humildade”, promete.
Agora a ansiedade ferve na espera para apitar o primeiro jogo de cunho internacional. Experiência de quadra ela tem de sobra. O sonho é antigo [desde criança joga futebol], no entanto a carreira começou em 2013, quando fez curso para formação de arbitragem, promovido pela FPFS (Federação Paranaense de Futebol de Salão) e a Assofutsal (Associação dos Oficiais de Arbitragem de Futebol de Salão do Estado do Paraná).
“Trabalhei inicialmente nas categorias de base, apitando em jogos municipais e estaduais”, informa Paula Karina, que já no ano seguinte [2014] deu um passo maior: foi testada e aprovada para o quadro da Confederação Paranaense de Futebol de Salão (CBFS). E três depois [2017], mais um: chegou ao quadro da CBFS (Confederação Brasileira de Futebol de Salão).
“Fiquei ‘federada’!”, orgulha-se. “Meu comprometimento aumentou! Meu objetivo era chegar ao quadro nacional e cheguei, o que me proporcionou oportunidades importantes para poder mostrar meu trabalho”, acrescenta Paula Karina, que apitou mais de 200 jogos [masculino, feminino, infantil, juvenil], em campeonatos Brasil afora.
Ela conta que, a cada jogo que apita, é avaliada pelas entidades ligadas ao futsal. “E foram os bons conceitos, somados, que impulsionaram minha carreira”, assegura a árbitra, que é filha da diarista Maria Iraci da Silva Souza e do pedreiro Paulo Cirilo de Souza. “Minha família é humilde, mas com ela aprendi que o importante na vida é sempre ser uma pessoa correta, trabalhadora, responsável com o que faz e sempre respeitar ao próximo”.
Paula Karina agradece o apoio do presidente da FPFS, Jesuel Laureano, e do presidente da Assofutsal, Aldemir Martínez. “Em nome deles, agradeço também todas as outras pessoas que acreditam em mim e me apoiam de forma direta e indireta”.
No quadro internacional de árbitros da Fifa reinam apenas quatro mulheres: a nossa Paula Karina, mais uma do Paraná (Katiucia Meneguzzi, de Cascavel) e as outras de São Paulo e Santa Catarina.
No quadro nacional, Umuarama é representada por três árbitros: Ednei Custódio da Silva, André Soares Rodrigues e Cristiano Hrala de Araújo (anotador/cronometrista). A cidade tem uma associação da categoria, a Assumar, que representa a região com mais de vinte integrantes.
Para Paula Karina, o desafio por estes dias é a 5ª Supercopa de Futsal feminina, que acontecerá em Cascavel, de 22 a 26 deste mês. “Será minha primeira competição nacional como árbitra internacional”, arremata. “Agora as cobranças vão ser maiores!”.
Se o preconceito em relação às mulheres, de modo geral, ainda é presente e forte na sociedade, imagine no esporte… no futebol… e… na arbitragem de futebol? Neste Dia Internacional da Mulher é oportuno lembrarmos disso.
Paula Karina confirma que o preconceito existe, dói, mas que colabora para que seja derrubado. “Fui vítima e presenciei muitos fatos desagradáveis, mas quero esquecer, porque aos poucos estamos impondo e conquistando respeito”, avisa.
Ela conta que quando a torcida fica inflamada, não só emite aqueles xingamentos que não podem ser descritos aqui, como também jogam água e, pasme, cospem, na direção da quadra.
“Eu fico ressabiada”, confessa. “Tento manter a calma, ficar o mais neutra possível, porque sei que eles [a torcida] estão afoitos, nervosos! Talvez por isso tem sido raro, ultimamente, me xingarem”.
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