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Paraná

Defensoria Pública critica desfile de crianças negras como escravos: ‘irresponsabilidade’

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Defensoria Pública critica desfile de crianças negras como escravos: ‘irresponsabilidade’
Redação
OBemdito
20 de setembro de 2022 16h01

Após a polêmica envolvendo o desfile cívico do município de Piraí do Sul no último domingo (18) – que vestiu crianças brancas como príncipes da família real portuguesa e crianças negras como escravos – a Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR) abriu uma procedimento para apurar o acontecido e emitiu uma nota com duras críticas aos realizadores de evento.

O documento é preparatório para, caso necessário, ajuizar uma ação civil pública contra os órgãos realizadores, além de cobrar explicações sobre o acontecido.

Os coordenadores do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos (NUCIDH) e do Núcleo da Infância e Juventude (NUDIJ), os defensores públicos Antônio Vitor Barbosa de Almeira e Fernando Redede Rodrigues, classificaram o ato de colocar crianças negras no desfile para representarem seres humanos escravizados como uma ação gravíssima.

“É com preocupação e espanto que o NUCIDH vê a utilização das crianças negras acorrentadas para remeter a fatos históricos escravagistas em pleno desfile cívico sobre a independência do Brasil. Num desfile cívico que celebra a independência do Brasil, deveriam ser exaltadas a cidadania e igualdade, e não o reforço a estereótipos”, afirmou Almeida.

Para Redede, a exposição das crianças no ato é inadmissível. “O estigma que isso pode causar na vida das crianças, na personalidade delas, na história delas é muito grave. Estamos em um mundo de superexposição e isso pode causar futuro sofrimento e dano a essas crianças. É um ato de extrema irresponsabilidade”, afirmou.

Nota da Prefeitura

A prefeitura de Piraí disse, em nota, que o objetivo do evento era “resgatar valores como civismo e desenvolver o sentimento de pertença em toda a população piraiense” e que a escola municipal responsável pela caracterização “possui autonomia de manifestação”“O Município entende que em momento algum o ato ficou caracterizado como ofensa aos negros nem se destinou a qualquer desrespeito à dignidade da pessoa humana”, completam.

Veja na íntegra:

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