Três feminicídios em menos de 72 horas expõem escalada da violência doméstica
Curitiba registrou três feminicídios em um intervalo inferior a 72 horas, entre a sexta-feira (12) e o domingo (14). As vítimas são Priscila França, Odara Victor Moreira e Vaneza Matias da Silva, assassinadas em episódios distintos, mas que têm em comum o contexto de violência doméstica e familiar. Os casos estão sendo investigados pela Polícia Civil do Paraná.
A sequência de crimes evidencia a gravidade do cenário da violência contra a mulher, que segue em crescimento no Paraná e em todo o país. Em todos os episódios registrados neste fim de semana, os suspeitos são companheiros ou ex-companheiros das vítimas.
Na noite de sexta-feira (12), a empresária Priscila França foi morta dentro da própria residência, no bairro Jardim das Américas. Segundo a Polícia Civil, ela foi espancada até a morte e apresentava diversas marcas de agressão pelo corpo, incluindo mordidas. O crime foi presenciado pelo filho do casal, uma criança de 8 anos.

O marido da vítima, principal suspeito, foi preso em flagrante e responde por feminicídio. Priscila era dona de um posto de combustíveis e conhecida na região. Conforme apurado, havia histórico de violência doméstica, e a vítima já havia solicitado medida protetiva contra o companheiro. “As circunstâncias do caso estão sendo apuradas em conjunto com os laudos periciais”, informou a Polícia Civil.
No sábado (13), Odara Victor Moreira, de 29 anos, funcionária da APP-Sindicato, foi assassinada a facadas dentro do apartamento onde morava, no bairro Portão. O crime teria ocorrido durante uma discussão com o ex-companheiro, com quem ainda dividia o imóvel, apesar de estarem separados.
Ao chegar ao local, a polícia encontrou o suspeito com o corpo ensanguentado. A vítima apresentava ao menos quatro perfurações por arma branca. O homem também tinha ferimentos causados por faca e foi encaminhado para atendimento médico, permanecendo sob custódia. O caso foi registrado como feminicídio.
Odara trabalhava havia seis anos na APP-Sindicato e atuava como assistente técnica, realizando atendimento direto aos sindicalizados. A entidade lamentou a morte e cobrou medidas mais efetivas de proteção às mulheres.
Já no domingo (14), Vaneza Matias da Silva, de 41 anos, foi morta a facadas no bairro Sítio Cercado. O crime ocorreu em via pública, na rua Izaac Ferreira da Cruz. Segundo a Polícia Militar, a vítima estava em uma barbearia conversando com amigos quando o companheiro chegou, observou a cena e se retirou. Minutos depois, retornou armado com uma faca de açougueiro.
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o homem discute com Vaneza e desfere um golpe no pescoço da vítima. Ela sofreu intenso sangramento e morreu no local antes da chegada do socorro. O suspeito fugiu e, até a última atualização, não havia sido localizado.

“Foi um ferimento grave, com grande perda de sangue, e a vítima faleceu muito rapidamente. Pelas imagens, é possível ver a discussão e o golpe com uma faca longa”, afirmou o aspirante Mellenbergs, da Polícia Militar.
Os três casos reforçam o alerta sobre a persistência da violência de gênero e a reincidência de crimes cometidos dentro de relações afetivas. A Polícia Civil segue com as investigações e destaca a importância de denúncias e do uso de medidas protetivas para prevenir novos casos.
(Com informações e imagens da Banda B)





