Umuarama precisa de 1.200 doadores de sangue por mês para garantir a vida de 500 pacientes

(Foto Danilo Martins/OBemdito)

Nesta terça-feira (25), é celebrado o Dia Nacional do Doador de Sangue, uma data de agradecimento e conscientização que, em Umuarama, ganha contornos de urgência. O Hemonúcleo da cidade, unidade da rede do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), vive um momento delicado, com pedidos constantes e estoques sob pressão, enquanto se prepara para uma mobilização especial no próximo sábado (29).

O mês de novembro é tradicionalmente dedicado ao doador, uma estratégia para fortalecer os estoques antes do período crítico que se inicia em dezembro. No entanto, a unidade de Umuarama já sente a tensão. O médico Cláudio Francisconi, chefe do Hemonúcleo, é direto ao descrever a importância do gesto. “A importância do doador está no fato de ele salvar vidas. Cada doação pode beneficiar até quatro pessoas, e isso não tem preço. É um ato humanitário, um ato de cidadania.”

Francisconi enfatiza uma verdade incontornável da medicina que é a falta de um substituto para o sangue. “A gente sempre reforça que não existe substituto para o sangue humano. Nenhum medicamento, hospital, profissional qualificado, UTI, antibiótico ou soro consegue cumprir esse papel. O que realmente salva vidas é o sangue humano, e por isso o doador é tão importante. Só ele pode salvar”, afirma.

A dimensão do trabalho do Hemonúcleo é grande. “Nós salvamos, em média, 500 vidas por mês aqui. Por que enviamos aos hospitais de Umuarama, em média, mil bolsas por mês? É um volume muito grande. Temos que ter em torno de 1.200 doadores”, explica o médico, justificando o “chamamento da população de Umuarama e de toda a região” para que compareça às unidades de doação.

Por integrar a rede estadual de hemoterapia, o Hemonúcleo de Umuarama também depende do apoio de outras unidades quando os estoques locais atingem níveis críticos, situação que tem sido frequente nos últimos meses. Em algumas ocasiões, bolsas de sangue precisam ser buscadas em hemonúcleos distantes, como o de Foz do Iguaçu, a mais de 300 quilômetros.

O fluxo inverso também ocorre, quando Umuarama está abastecida, a unidade auxilia outras regiões do Paraná, reforçando a interdependência e a importância da doação regular para garantir atendimento a todos os pacientes que dependem de transfusão.

O alerta se torna ainda mais pertinente com a proximidade das festas de fim de ano. “Temos um agravante. Nesse período do mês agora de dezembro, onde temos as festas de dezembro a fevereiro, Natal, Ano Novo, Carnaval, férias, o número de doadores diminui. E, infelizmente, o número de acidentes aumenta”, prevê Francisconi.

Umuarama precisa triplicar captação de sangue para manter ritmo de 500 vidas salvas mensalmente

Entre os doadores que passaram pelo Hemonúcleo nesta terça-feira, estava o umuaramense Sérgio José da Silva, de 47 anos, que aproveitou o Dia Nacional do Doador de Sangue para reforçar o hábito que mantém há anos. Ele contou que decidiu doar novamente ao ver os apelos frequentes por reposição de estoque na cidade.

“A gente sabe que sempre tem alguém precisando. Se posso ajudar com algo que não me custa nada, por que não?”, afirmou. “É rápido, seguro e faz diferença real na vida de outras pessoas. Se mais gente viesse, não ficaríamos sempre nesse aperto.”

Mobilização no sábado

Apesar de a data oficial ser nesta terça, a celebração prática em Umuarama será no sábado (29), com uma jornada de doação. O Hemonúcleo ficará aberto em horário especial, das 8h às 11h30 e das 13h às 16h, para receber os voluntários.

Para doar, é obrigatório apresentar um documento oficial com foto que contenha nome completo, data de nascimento e o nome da mãe. São aceitos Carteira de Identidade (RG), Carteira Nacional de Habilitação (CNH), Passaporte, entre outros. Documentos digitais, como a Carteira de Habilitação digital ou o e-Título, são válidos, desde que apresentados abertos no aplicativo oficial no momento do cadastro e não são aceitos prints de tela.

Doadores que precisarem levar crianças ou adolescentes menores de 16 anos devem ir acompanhados de outro adulto, que ficará responsável por supervisionar o menor nas dependências do hemocentro.

Podem doar sangue pessoas com idade entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos precisam de autorização do responsável legal), que pesem no mínimo 51 quilos e estejam em boas condições de saúde. No dia da doação, é importante estar descansado, alimentado e hidratado, evitando ingerir alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a coleta.