A feirante Kelly Barbosa em sua barraca: diversidade de feijão atrai e fideliza clientes - Fotos: Danilo Martins/OBemdito
“Dez entre dez brasileiros preferem feijão”, já dizia Gonzaguinha, num verso que atravessou gerações e virou até tema de novela, lá em 1978, com Feijão Maravilha. A canção apenas reafirma o que a história nos conta: o feijão é mais que alimento. É um clássico que faz parte da identidade do nosso povo. E, na feira de hortifrutigranjeiros de Umuarama, esse símbolo nacional ganha aromas especiais.
Um espaço em particular tem conquistado os visitantes que prezam pelo sabor e pela qualidade do grão — alimento que segue firme entre os três mais consumidos no Brasil. É a barraca de Kelly Barbosa, 33 anos, que se especializou na venda de feijões. Ela oferece hoje cerca de vinte tipos diferentes, capazes de agradar aos paladares mais exigentes.
Por tantas variedades à disposição, o espaço ganha um ‘jeitinho’ de empório. “Sou a única de Umuarama que investe nesta diversidade de feijão”, orgulha-se a feirante, que é formada em Administração.
Para chegar à nossa cidade, esses grãos preciosos viajam quilômetros e quilômetros: quase todos vêm de Minas Gerais, estado conhecido pela excelência no cultivo e pela diversidade de variedades.
Kelly negocia diretamente com os produtores mineiros, por telefone, e recebe as cargas por transportadora, mantendo o estoque sempre renovado e fresco. “Tradicional, nutritivo e acessível, o feijão ‘desde sempre’ continua essencial no prato dos brasileiros”, afirma, satisfeita pelo sucesso alcançado nas vendas.
Na banca da Kelly, o colorido é o primeiro convite: os feijões pareados ostentam texturas, formas e cores que encantam quem passa por lá. Expostos lado a lado, eles chamam a atenção também pelo brilho.
Estão ali, à disposição do cliente, dos mais comuns aos mais sofisticados: tem o preto, o branco, o carnaval e o carioquinha; o manteiga, o azuki, o moyashi e o bolinha, que é o mais vendido; o jalo roxo, o jalo branco e o rosinha; e a robusta fava rajada, ótima para salada.
Junto deles, disputam a atenção as lentilhas: a canadense [mais conhecida] e a libanesa [de belíssima cor alaranjada]; o andu baiano, a soja e o grão de bico; e, com aparência autêntica, a farinha de mandioca biju.
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Quando assumiu o negócio, há dez anos, a barraca vendia apenas três tipos de feijão. “Não era o carro-chefe”, lembra Kelly.
Curiosa e apaixonada pelo que faz, ela então começou a pesquisar novas variedades, conhecer fornecedores e ampliar o cardápio de opções. “Apostei nessa ideia e o resultado foi bom: minha barraca se tornou ponto de referência na feira”, comemora.
Com dedicação e sensibilidade, Kelly acabou transformando seu negócio, por tabela, em um espaço de valorização da cultura alimentar brasileira. “Afinal feijão com arroz é pedida obrigatória, todo dia, não é mesmo?!”, atenta.
“Eu amo o que faço; gosto da convivência com os colegas feirantes e com os clientes, que chegam procurando o feijão ideal para o dia a dia”, acrescenta, entre um atendimento e outro.
Rico em proteínas vegetais, fibras, ferro e vitaminas do complexo B, o feijão é um alimento nutritivo, versátil e essencial para uma dieta equilibrada.
E ainda ajuda a fortalecer o corpo e prevenir doenças, o que o torna um aliado da saúde. Seus benefícios são imensuráveis, segundo especialistas.
Entre eles destaca-se o poder de garantir energia e saciedade, já que libera glicose lentamente no organismo, mantendo a energia estável por mais tempo e reduzindo a fome entre as refeições.
Outro benefício é manter o coração saudável; isto porque
contém fibras solúveis e minerais como o magnésio e o potássio, que contribuem para o controle do colesterol e da pressão arterial.
Mais um importante: o grão é aliado da digestão, pois suas fibras auxiliam no bom funcionamento do intestino e na eliminação de toxinas.
E por ser fonte expressiva de ferro, quando combinado com arroz, forma uma dupla perfeita para prevenir a anemia e garantir energia ao corpo.
O feijão faz parte da alimentação dos brasileiros desde os tempos coloniais. Cultivado pelos indígenas muito antes da chegada dos portugueses, já era base de pratos que misturavam sabor e sustento.
Com a colonização, o grão ganhou ainda mais espaço nas lavouras e nas mesas, combinando-se ao arroz — união que se tornaria o símbolo da comida brasileira.
Hoje, o país está entre os maiores produtores e consumidores de feijão do mundo, com dezenas de variedades cultivadas em diferentes regiões.
Mais do que um alimento, o feijão é patrimônio cultural e afetivo, presente no cotidiano e na memória do nosso povo.
== Kelly participa das feiras de quarta, sexta e domingo – para mais informações: 44 9 9993-9266.
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