Acusado de matar professora Viviane Brun vai a júri popular em Umuarama nesta sexta-feira

Eberson Merci de Assis será julgado nesta sexta-feira (9) no Tribunal do Júri da Comarca de Umuarama. Ele é acusado de matar a ex-companheira, a professora Viviane Alécio Brun, de 43 anos. Além disso, Eberson é réu por ter atirado na ex-enteada, Taise Brun.

O crime ocorreu no dia 27 de setembro de 2023 na rua São Mateus, na Zona V de Umuarama e chocou a comunidade local.

O julgamento está previsto para começar às 8h30 e será presidido pelo juiz Adriano Cezar Moreira, da 1ª Vara Criminal. A acusação está a cargo do Ministério Público do Paraná (MPPR) e a defesa será feita por Cauê Bouzon Machado Freire Ribeiro, da Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR).

Segundo as investigações da Polícia Civil, Eberson invadiu a residência da vítima durante a madrugada. Ao tentar proteger a mãe, Taise Brun foi baleada no rosto, atingida no maxilar. Apesar da gravidade do ferimento, a jovem sobreviveu após er socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Após o ataque, o réu fugiu do local com o carro da vítima, que mais tarde foi encontrado abandonado em uma área rural. A arma utilizada no crime foi localizada na casa de um parente de Eberson e enviada à perícia.

Histórico de violência

De acordo com a Polícia Civil, o acusado já possuía histórico de violência doméstica em relacionamentos anteriores. No momento do crime, o filho da vítima, de apenas seis anos, também estava na casa e foi encontrado em estado de choque. O velório e sepultamento do corpo da professora ocorreram em Tuneiras do Oeste.

Viviane recebeu diversas homenagens após sua morte. Alunos, colegas da educação, o Núcleo Regional de Educação e a APP-Sindicato manifestaram pesar e reconhecimento à trajetória da educadora. Todos destacaram seu compromisso com a formação dos jovens e com a escola pública.

Denúncia

O Ministério Público do Paraná apresentou denúncia contra o acusado de matar a ex-esposa e tentar matar a ex-enteada, além de manter uma arma de fogo de forma ilegal. Ele responderá pelos crimes de homicídio qualificado (feminicídio), tentativa de homicídio qualificado (também feminicídio) e posse irregular de arma de fogo.

A denúncia, protocolada pelo MP, fundamenta-se em diversos dispositivos do Código Penal. Para o assassinato da ex-esposa, foram aplicados os artigos 121, §2º, incisos IV (recurso que dificultou a defesa da vítima) e VI (feminicídio), além do §2º-A, inciso I (violência doméstica), combinados com o artigo 14, inciso II (tentativa).

Já em relação à tentativa de homicídio contra a ex-enteada, o MP acrescentou também o inciso II (motivo torpe) e o §7º, inciso III (crime praticado contra menor de 14 anos).

O acusado também responderá pelo crime de posse irregular de arma de fogo, com base no artigo 12 do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003).