Umuarama

Criminosos usam nomes de advogados para aplicar golpes em Umuarama

Um esquema criminoso que vem sendo registrado em várias regiões do país chegou também a Umuarama, no Paraná, onde golpistas têm usado o nome de advogados para enganar clientes de processos judiciais. A abordagem explora o fácil acesso a informações públicas em processos, permitindo que criminosos se passem por advogados e façam solicitações financeiras às vítimas.

Utilizando um novo número de WhatsApp e, em alguns casos, a foto do próprio profissional, os criminosos entram em contato com clientes dos advogados e pedem transferências via Pix, alegando tratar-se de valores necessários para destravar questões judiciais ou liberar pagamentos de causas pendentes. Em Umuarama, pelo menos 50 advogados foram alvo dessa prática nos últimos dois anos, segundo a subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

“Todos os processos judiciais no Brasil são públicos; eles se aproveitam disso porque nos processos há várias informações das pessoas envolvidas [cliente e advogado]”, explica Christhian Rodrigo Pellacani, presidente da OAB em Umuarama. “Qualquer pessoa no país, com o mínimo de conhecimento de informática, pode ter acesso a essas informações”.

A abordagem criminosa recorre à ansiedade de clientes em resolver pendências jurídicas ou receber valores de causas paradas há anos. “Eles pedem para as pessoas pagarem um título ou depositarem alguma taxa. A pessoa, na urgência de receber [a causa], faz um Pix, não presta atenção e, depois de um tempo, procura o advogado e descobre que foi vítima de um golpe”, alerta Pellacani.

Foto: Colaboração/Arquivo Pessoal

Para prevenir que o golpe se espalhe ainda mais, o presidente da OAB recomenda cautela e verificação rigorosa. “A pessoa deve adotar uma conduta de precaução. Primeiro, tomar muito cuidado ao receber uma ligação ou mensagem de um contato diferente daquele que ela usa para falar com o advogado. É sempre bom consultar o Cadastro Nacional dos Advogados [CNA]. Outra medida é tentar contato com o advogado pelo número com o qual já estava acostumado a conversar”, destaca.

Em caso de suspeita ou confirmação do golpe, Pellacani orienta que as vítimas façam um boletim de ocorrência, o que pode ser feito online. Ele sugere ainda que a vítima avise o advogado diretamente. “Como é o crime de estelionato, a pessoa consegue fazer o boletim de ocorrência de forma eletrônica. O cliente deve entrar em contato com o advogado, pois a OAB Paraná tem um canal de denúncias para registro”, afirma.

Para os advogados, Pellacani recomenda manter os dados atualizados no CNA, facilitando a checagem dos clientes. “É importante que os advogados [que possuem causas] entrem em contato com os clientes para orientá-los sobre esse golpe que está acontecendo e, caso o cliente receba uma ligação suspeita, que procure conversar com a secretária do escritório do profissional ou com o próprio advogado”, conclui.

Rodrigo Mello

Formado em Jornalismo pelo Centro Universitário de Pato Branco (Unidep), tem especialização em Docência e Gestão do Ensino Superior pela Universidade Paranaense (Unipar). Com 23 anos de experiência, trabalhou em portais de notícia, assessoria de imprensa, TV e rádio. Foi assessor parlamentar na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e secretário municipal de Comunicação entre os anos de 2010 e 2013. Atualmente, é jornalista no portal OBemdito, onde escreve sobre política, educação, saúde, cidadania e segurança pública.

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