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‘Comunidade periférica’ de Umuarama promove Arrastão Cultural na Miguel Rossafa
Programação misturou música, poesia, capoeira, dança, entre outras atrações; realização foi do espaço Nega Flor
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A Praça Miguel Rossafa ganhou um barulho diferente, no sábado passado [11]. Uma mistura de ritmos musicais [axé, samba, pagode e rap] com poesia e muita ginga de capoeira formou o som contagiante da quinta edição do ‘Arrastão Cultural’, promovido pelo espaço Nega Flor. O tempo colaborou e o público prestigiou o evento que começou às 16 horas e foi até às 20 horas.
Promovido a cada seis meses, o ‘Arrastão’ tem por objetivo mostrar aos umuaramenses o talento de artistas afrodescendentes da cidade. Uma apresentação de capoeira, do grupo Afoxé abriu a tarde festiva. Na sequência, houve uma rápida conversa sobre cultura, com a professora da rede estadual de ensino, Telma Camargo.
Em sua fala, ela destacou a luta dos artistas da periferia por reconhecimento e visibilidade. “Há trabalhos competentes, muita gente produzindo, mas falta apoio da sociedade para ampliar a voz dos protagonistas”, exclamou, elogiando a iniciativa dos organizadores. “Este evento deve ser valorizado porque incentiva a luta por políticas públicas mais inclusivas, por iniciativas mais abrangentes e menos preconceituosas”.
À frente do grupo que promove o ‘Arrastão’ está a estudante de Direito e cabeleireira Jéssica diz Jéssica Oliveira Borges Ferreira, a Jéssica Baiana, como é conhecida. “Nosso objetivo é reafirmar a importância da nossa cultura e o quanto ela influência, de modo geral, a cultura brasileira; o ‘Arrastão’ também tem por objetivo abrir espaços para o artista negro umuaramense se expressar, valorizando seu trabalho e seus ideais”, explicou, dizendo-se satisfeita com os resultados de mais essa edição.
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“Os convidados que se apresentaram deram seu recado e o público não só apreciou, como interagiu, provando que nossa arte é admirada e animada! Até porque a cultura negra está a cada dia conquistando mais o respeito do povo brasileiro! Ainda está muito aquém do que merecemos, mas continuamos lutando para isso. Nossa cultura é de resistência”, reforça a ativista.
Ela promete mais emoção ainda para a sexta edição, prevista para novembro. “Estamos pensando em convidar artistas de fora, de outras cidades, de outras regiões do Paraná, para vir somar com os daqui; pretendemos dar um caráter intermunicipal e até interestadual ao nosso evento”, avisa a líder.
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Atrações
O Afoxé garantiu os toques do berimbau para as rodas de capoeira cheias de sentimento. Ensinando e repassando experiências, o grupo atua nos bairros Guarani, 1o Maio e Sonho Meu; no ‘Arrastão’, mostrou muita habilidade e sensibilidade, traduzidas no típico bamboleio da prática que une esporte e arte.
Como era esperado, os expoentes das ‘Batalhas de Rima’ do rap de Umuarama ostentaram perspicácia nos duelos improvisados, com versos pautados em muito realismo. Nesse estilo, marcaram presença Batora, Mandela, Charlie, Neguin JS e Gabb Paraná.
Samba e pagode, claro, também teve; no comando estavam os cantores Cleiton Fernandes, Ralf, Tony e André, que arrancaram aplausos calorosos do público. E uma sessão de axé, comandada pelo famoso Neko Kebradeira, fez todo mundo se mexer. Foi bonito ver a alegria e o entusiasmo dos que aderiram ao convite do dançarino, que requebra como poucos!
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A hora e a vez da poesia ficaram sob a regência do jovem Valter Matheus Vidigal, o Digalvi, que recitou ‘Nada de bandeja’, de sua autoria. E a ginasta Maryana Quirino exibiu toda a sua leveza e beleza numa encenação de ginástica rítmica.
“Todos que se apresentaram foram apoiadores do evento”, diz Jéssica, em tom de agradecimento. Ela também agradece a parceria da Secretaria Municipal de Cultura, da agência Paviu, do selo Capadócia, da BDU e da amiga Yara Quintino, que colaborou nas tarefas de organização do Arrastão.
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