Casal supera crise, reabre oficina de motocicletas e comemora um ano de funcionamento

‘A união faz a força’, ‘se você tem um sonho lute por ele’, ‘fazer você feliz é minha prioridade’ são frases que lemos por aí. Clichês ou não, elas se encaixam na história do casal Thiago Rodrigues, 37 anos, e Raiza Brenda, 34 anos.

Eles são um exemplo, entre tantos, que decidiram não só dar as mãos e trocar alianças, mas também trabalhar juntos para fazer o negócio prosperar. Um colaborando com o outro, em tudo.

Thiago é um mecânico de motocicleta com 22 anos de experiência e também competidor de ‘arrancadão’ [tem mais de vinte troféus de campeão] e Iza, como gosta de ser chamada, é pedagoga, pós-graduada na área. Os dois são proprietários da oficina ‘TR Motos’, situada na rua Doutor Camargo, aberta há um ano.

Ela deixou o magistério para ocupar o cargo de gerente, ao lado do marido. E estão comemorando este primeiro aniversário com muita alegria, já que a empresa foi fruto do que Iza chama de uma ‘superação’.

É que o meio da história tem uma série de acontecimentos que desafiou os ânimos do casal: “Tínhamos nossa oficina, funcionando muito bem, com vários clientes, mas por motivos financeiros tivemos que vendê-la; isso foi em janeiro do ano passado”.

Para Thiago, que está na profissão desde os 14 anos, foi um baque muito forte, porque, segundo Iza, ele tem muito amor pelo que faz. “Ele começou a ficar desanimado, desanimado! Foi uma fase muito difícil! Tive que bancar as despesas da casa com meu salário de professora; e nos dias de folga, trabalhei até de faxineira”, conta Iza, com franqueza perceptível.

Como Thiago se recuperou? “Ele recebeu apoio de amigos, da família e acatou meu conselho: fazer um acampamento espiritual promovido pela Igreja São José; acredito que foi o que o tirou da apatia”, acentua a esposa.

Thiago confirma. Ele diz, com toda ênfase, que a experiência religiosa o despertou e trouxe de volta sua autoconfiança; então, recomeçou a atender antigos clientes na garagem da casa, em julho do ano passado.

“Quando estava debilitado, muitos me procuravam, mas eu não tinha forças para atendê-los; não entendia o que se passava dentro de mim; a confiança deles pelo meu trabalho foi um incentivo para eu dar a volta por cima”.

E mais e mais clientes foram chegando. “Teve uma hora que vimos que não dava mais para continuar atendendo em casa; chegamos a ter mais de vinte motos dentro da garagem! Daí o jeito foi correr atrás de um ponto comercial”, relata Thiago, com brilho nos olhos.

“Tudo branquinho!”

Iza cuidou de todos os trâmites burocráticos para a abertura do novo local da oficina, em janeiro deste ano. E desistiu da docência para trabalhar com o marido: “Não me arrependo, porque o salário que ganhava era baixo; aqui ganho muito mais!”.

Ela também cuidou para que as instalações da oficina atendessem um dos critérios exigidos pelo marido, que queria “tudo branquinho!”. “Segundo ele, oficina moderna tem que ser limpa… então escolhemos este prédio porque já tinha azulejo e piso brancos; deu tudo certo!”

Clientes mulheres

Iza conta que o rol de clientes motoqueiras aumentou nos últimos meses. Ela acredita que o fato de estar ali, no atendimento, seja um dos motivos.

“Isso fez com que muitas mulheres se aproximassem mais da oficina por se sentirem seguras nesse ambiente que tradicionalmente é reduto masculino; aqui elas veem que tem um toque feminino”, orgulha-se.

“Oferecemos vários serviços, entre eles o de revisão de motores originais e preparados, pintura, o exclusivo ‘leva e traz’ feminino e prestação de socorro”, informa. E exclama: “O amor por moto é o que nos une”.

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