Água, guarda-sol, abraço. O belo gesto de fieis evangélicos no Cemitério de Umuarama

Eles podiam estar em casa, em alguma festa de feriado, até mesmo no almoço em família, mas preferiram fazer algo prático para tocar os corações de pessoas que neste Dia de Finados se encontram ainda mais fragilizadas diante da perda de um ente querido.

Membros da igreja Adventista chegaram cedo à entrada do Cemitério Municipal de Umuarama e se colocaram à disposição dos visitantes para a leitura de textos bíblicos a palavras de conforto. O trabalho é realizado por 22 jovens, que também fazem orações e oferecem algo precioso nos dias de hoje, um abraço. Algumas pessoas choram diante do gesto de carinho.

A ação, que deve prosseguir até as 14h, também empresta guarda-sóis para famílias com pessoas idosas ou crianças. O acessório pode ser usado nas visitas aos túmulos e também no retorno aos veículos estacionados nas imediações do Cemitério.

“Estamos encontrando as pessoas muito sensíveis, com dor represada. Uma palavra amiga, uma pausa para conversa e um abraço são remédios que não custam nada mas valem muito”, disse o pastor Washington Vieira de Moraes.

Também na entrada do Cemitério está a equipe liderada pelo pastor Fabiano Campanhã de Souza, da Comunidade Cristã de Umuarama. O trabalho de apoio tem como tema “O amor não esquece”.

A igreja disponibilizou parada coberta para descanso, com a oferta de água mineral e cafezinho, gratuitamente. Quem quiser também pode aferir a pressão arterial. É a oportunidade de trocar experiências e buscar o alívio para o que poderia ser somente uma saudade, mas ainda dói profundamente, como se uma navalha estivesse cortando a alma.

“Nós amamos a Deus servindo as pessoas. Estamos aqui para servir a cidade neste dia tão difícil”, disse Souza. Dez mil copos de água devem ser distribuídos até o final da tarde.

Tanto a Adventista quanto a Comunidade Cristã de Umuarama desenvolvem as ações há vários no Dia de Finados. O trabalho precisou ser suspenso nos dois últimos anos em decorrência da pandemia.

“Neste tempo que passou, estamos vendo as pessoas muito mais sensíveis, mais carentes espiritualmente falando. Tínhamos receio em encontrar certa resistência, até mesmo pelo momento político, mas isso não aconteceu. A aceitação é muito grande. São corações propensos a receber apoio”, acrescentou o pastor Washington.

De manhã, também em frente ao Cemitério, houve a missa da Igreja Católica. Centenas de pessoas participaram da celebração, marcada por lágrimas de saudades daqueles que partiram, deixando de viver entre nós, para seguirem vidas dentro de nós.

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