Último BO registrado por mulher assassinada pelo ex-marido PM revela detalhes cruéis da relação

A jovem Franciele Cordeiro e Silva, que foi brutalmente assassinada na tarde desta terça-feira (13) por seu ex-marido, o policial militar Dhyego Almeida, relatou detalhes sinistros da relação que tinha com o militar, em seu último Boletim de Ocorrência (BO) registrado na semana anterior ao crime.

O relacionamento de Franciele e Dhyego foi marcado por várias discussões e BOs, ao longo do um ano que permaneceram juntos. O último foi registrado na sexta-feira (9/9) – quatro dias antes de seu assassinato – onde a mulher afirmava que estava sendo ameaçada e “não sabia o que ele (Dhyego) era capaz de fazer”.

O documento ainda revela que a vítima havia visualizado o militar fazendo rondas perto do apartamento onde ela morava, e que ela não estava mais dormindo em sua residência por medo do ex-marido.

Ela ainda informou que Dhyego utilizou um medicamento abortivo em ao menos duas oportunidades para tentar interromper sua gestação. Na primeira tentativa, em outubro do ano passado, quando Franciele estava grávida de dois meses, a vítima percebeu o ato e conseguiu impedir o aborto. Porém, em uma nova tentativa, agora com a grávida no sétimo mês de gestação, em março deste ano, a mulher teve sangramentos e o bebê nasceu prematuro. Cinco dias depois a criança não resistiu.

Dhyego estava afastado de suas atividades na corporação e havia retornado ao trabalho na terça-feira (13), quando pegou de volta a arma da corporação. Com ela, ele tirou a vida de sua ex-mulher com aproximadamente 8 tiros no carro que a vítima estava com a filha, e permaneceu junto ao cadáver por aproximadamente 4 horas, até tirar sua própria vida com um tiro.

O relacionamento do casal havia terminado em agosto deste ano, após várias brigas e discussões. Uma delas inclusive resultou em um colchão queimado no apartamento onde ambos viviam. Em maio deste ano, dois BOs foram registrados envolvendo Franciele e Dyegho, envolvendo a disputa de bens pela separação.

Na mesma terça-feira em que foi morta, Franciele esteve na corregedoria da PMPR para relatar ameaças feitas por Dhyego.

Tentando seguir com a vida

Horas antes do assassinato, Franciele também havia sido marcada em uma foto ao lado de seu novo namorado. A publicação mostra o casal confraternizando em um restaurante, onde o novo companheiro da jovem se declara para a namorada: “Meu amor”.

(Redação, com informações RIC Mais e Tamandaré Urgente)