Fotos: Leonardo Revesso/Danilo Martins/Jaqueline Mocellin - OBemdito

Paraná

Em Umuarama, Bolsonaro fala em ladrões da liberdade e afaga crianças

Visita tinha como objetivo conferir o ritmo de obras da Estrada Boiadeira, mas presidente não chegou a ir ao local

Fotos: Leonardo Revesso/Danilo Martins/Jaqueline Mocellin - OBemdito
Em Umuarama, Bolsonaro fala em ladrões da liberdade e afaga crianças
Redação
OBemdito
3 de junho de 2022 15h49

Na visita a Umuarama na manhã desta sexta-feira (3), o presidente Jair Bolsonaro (PL) manteve o discurso sobre as dificuldades econômicas do país, agravadas pela pandemia e a guerra da Ucrânia, defendeu o uso de armas e falou em uma nova classe de ladrões como problema a ser combatido no Brasil.

Embora o motivo oficial da visita tenha sido vistoriar o asfaltamento da BR-487, a Estrada Boiadeira, no trecho entre Umuarama e Icaraíma, o presidente não chegou a ir ao local, que fica a 35 quilômetros do parque de exposições Dario Pimenta da Nóbrega, onde discursou para milhares de pessoas. Bolsonaro não citou a obra em sua fala.

Esta é a primeira visita de um presidente da república à cidade. Bolsonaro aterrissou com ministros e presidente da Caixa no Aeroporto Regional às 10h20, cumprimentou apoiadores e seguiu em motociata até o parque, passando pelo centro da cidade. Nas calçadas, muita gente aplaudiu o presidente.

Bolsonaro chamou crianças para ficarem próximas dele no palco. Os pais insistiam para que os seguranças deixassem os filhos se aproximar do chefe do Executivo Federal e o próprio Bolsonaro dava sinal de autorização.

Um forte esquema de segurança foi montado para a recepção e envolveu pelo menos 110 policiais militares do 25º, 7º, 11º e 4º Batalhões, Bope, BPFron e 5ª CIPM, Polícia Rodoviária Estadual, além de soldados do Exército, Marinha e Polícia Federal. Trechos da rodovia PR-323 e do centro da cidade foram parcialmente interditados.

Todas as pessoas que chegaram mais próximo do presidente tiveram que ser credenciadas com antecedência, assim como na participação da motociata. Até mesmo o acesso de cadernos com espiral de alumínio não foi permitido. Todos os participantes do ato passaram por rigorosa vistoria com modernos detectores de metal.

Novos ladrões

Bolsonaro falou por pouco mais de 17 minutos e abordou temas caros ao seu governo e a sua base política. “A realidade é bastante dura para todos nós. Como se não bastassem esses problemas, nós todos aqui, e não apenas eu, temos problemas internos no Brasil. Hoje não mais os ladrões de dinheiro do passado, surgiu uma nova classe de ladrão, que são aqueles que querem roubar a nossa liberdade”, afirmou.

Bolsonaro pediu para que as pessoas se interessem mais pelo assunto. “Se precisar, iremos à guerra. Mas eu quero, com o povo ao meu lado, consciente do que está fazendo, e por quem está lutando”, disse, apontando para crianças que dividiram o palco com ele.

“Todos nós temos um compromisso com o nosso Brasil, não apenas os militares que fizeram o juramento de defender a pátria. Todos nós temos que se informar e se preparar, porque não podemos deixar o Brasil seguir o caminho de alguns outros países aqui da América da Sul”, alertou, citando Venezuela, Argentina e Chile.

Bolsonaro disse também que o povo brasileiro, até pouco tempo, não estava acostumado em ouvir a liberdade, e que ele, como presidente, não diz o que as pessoas querem ouvir, mas sim o que elas devem ouvir. “Era muito mais fácil para mim estar do outro lado, mas eu sei o quanto custaria isso para cada um de vocês”.

O presidente afirmou que não existe amizade entre nações e que o mundo olha com interesse para as riquezas naturais e a capacidade de produção do país. “Nenhum outro país faz favor comprando de nós. Se não comprar de nós não tem de quem comprar. O nosso agronegócio é uma riqueza e as riquezas são cobiçadas”.

Crise econômica

Jair Bolsonaro repetiu que os problemas econômicos do pós-pandemia e da guerra na Ucrânia não acontecem apenas no Brasil e disse que o país vai superar o aumento de preços dos alimentos e dos combustíveis. O presidente, porém, não explicou como isso será possível.

Liberdade

Em um ataque ao ministro Alexandre de Moraes, que presidente o inquérito das fake news no STF (Supremo Tribunal Federal), Bolsonaro enfatizou que é defensor da liberdade de expressão e do direito de ir e vir. O presidente classificou como inadmissível a condenação do deputado federal Daniel Silveira pela Corte.

“Não pude admitir a prisão de um parlamentar por ter falado algo que eu não gostaria de ouvir, mas a liberdade de expressão, ou nós temos ou não temos”.

Sem citar o nome de nenhum ministro do Supremo, o presidente afirmou que ninguém na Praça dos Três Poderes pode tudo. “Poucos naquela praça dos Três Poderes pode muito, mas nenhum deles pode tudo. A nossa liberdade não tem preço. E parece que alguns não querem ver isso. A liberdade é mais importante que a própria vida, porque um homem ou mulher sem liberdade não tem vida”.

MST

Bolsonaro disse que tem o MST ao seu lado. “Nós praticamente fizemos com que os principais integrantes do MST voltassem para o nosso lado quando começamos a titular terras pelo Brasil. Hoje, pelo menos 341 mil famílias que integravam o MST passaram para o nosso lado, passaram a ser amigos do fazendeiro do lado, e passaram a produzir mais”.

Defesa de armas

Bolsonaro defendeu o armamento da população e que disse que o aumento de porte e posse de armas de fogo é uma realidade em seu governo. “A arma de fogo é uma garantia para a sobrevivência das suas famílias e uma questão de segurança nacional. Povo armado jamais será escravizado”.

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