Umuarama

Médica com passagem por Umuarama rompe silêncio sobre caso em que marido teria matado seu amante

Alvo de investigação da Operação Inimigo Íntimo, a médica ginecologista Sabrina Lara de Mello, que realizou residência médica em Umuarama, quebrou o silêncio e divulgou uma nota de esclarecimento. No texto, ela se diz “indignada” com o que classificou como “calúnias” e nega qualquer envolvimento com o assassinato de Ivan Michel Bonotto, de 35 anos, morto a facadas em março deste ano, em Sorriso (MT).

A Polícia Civil do Mato Grosso apura a possível participação de Sabrina no crime, junto com o marido dela, o empresário Gabriel Tacca, apontado como mandante, e o comerciante Danilo Guimarães, autor das facadas. Os dois homens tiveram a prisão temporária decretada e são investigados por homicídio qualificado e fraude processual.

Na nota, Sabrina critica o julgamento público e diz que as investigações ainda estão em andamento. “Prefiro ser julgada pelo meu valor, não por suposições infundadas”, afirmou. Ela também contesta as alegações de que teria recebido o autor do crime no hospital, afirmando ter prestado atendimento à vítima. “Segui todos os protocolos médicos”, garantiu.

A médica ainda classificou a exposição de sua vida pessoal como uma “tortura psicológica disfarçada de liberdade de expressão” e destacou que está colaborando com a investigação. Ela não teve a prisão decretada, mas é alvo de medidas cautelares.

Do hospital à reviravolta

No dia 22 de março, Ivan foi levado a um hospital particular em Sorriso com diversas perfurações por faca. Apesar do atendimento, ele morreu no dia 13 de abril, após sofrer uma parada cardiorrespiratória.

Na época, Gabriel e Danilo apresentaram versões semelhantes, alegando que a agressão teria ocorrido após uma briga de bar. Contudo, a Polícia Civil desmontou a narrativa com base em imagens de câmeras de segurança, que mostraram a vítima sendo atraída ao local e atacada de surpresa, pelas costas, na distribuidora de bebidas do empresário.

A investigação revelou ainda que a vítima mantinha um relacionamento íntimo com a médica e era próximo do casal. A polícia diz que há registros da convivência entre os três, inclusive vídeos íntimos.

A defesa de Sabrina aguarda acesso ao inquérito para se manifestar formalmente. As defesas de Gabriel Tacca e Danilo Guimarães ainda não se pronunciaram. O espaço segue aberto para manifestação.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Eu, Sabrina Lara de Mello, ginecologista e obstetra na cidade de Sorriso, manifesto minha indignação diante das recentes declarações na imprensa e redes sociais, feitas por pessoas sem conhecimento do ocorrido, acusando-me injustamente. Acredito que estão tentando estabelecer falsos amigos e calúnias sobre minha pessoa sem nenhum fundamento verdadeiro, ignorando a realidade dos fatos, recorrendo a mentiras e expondo minha vida privada de forma distorcida.

O amor é breve, mas revela-se entre frases vazias. A maioria das pessoas está escolhendo (ou sendo levada) a acreditar em narrativas pessoais que não convencem, mas insistem em invadir minha vida privada. Falam de mim como se eu tivesse recebido o assassino no hospital, quando, na verdade, prestei total apoio à vítima, seguindo os protocolos médicos.

Reafirmo que existem diversos modelos de conduta possíveis, mas todos devem ser baseados em responsabilidade e verdade.

Não há preço para tal interpretação equivocada, que está sendo investigada como possível fraude processual. A investigação é o caminho que escolhi para esclarecer o assunto, com amplo respeito ao direito.

Antecipar julgamentos antes da conclusão das investigações é uma prática perigosa. Isso rouba o tempo das pessoas e transforma a liberdade de expressão em tortura psicológica.

Honestamente, peço que, assim como eu, aguardem o resultado das investigações. Prefiro ser julgada pelo meu valor, não por suposições infundadas.

Não há qualquer ligação entre os fatos ocorridos e minha conduta profissional ou vida privada.

Apenas um lado dos fatos está sendo quantificado. Isso é cumplicidade.

Sabrina Lara de Mello

A médica Sabrina Iara de Mello (frente), acima Ivan Michel Bonotto e Gabriel Tacca

Rudson de Souza

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