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Osmar Serraglio está deputado federal mas prefere a discrição de um monge
Ele só deve abrir agenda depois do julgamento de novo recurso apresentado por Boca Aberta
Leonardo Revesso
21 de outubro de 2021 11h15
Osmar Serraglio (PP) tem evitado ao máximo as aparições como deputado federal. Ele participa das sessões da Câmara de forma virtual e aos mais íntimos reitera que está com o prazo vencido. Não pretende seguir na vida pública, disputando um novo pleito eleitoral.
O advogado e ex-ministro da Justiça do governo Temer assumiu a vaga do vociferante Emerson Miguel Petriv (PROS), de quem era suplente. Boca Aberta, como é mais conhecido na sua Londrina e adjacências, foi julgado por irregularidades na candidatura ainda enquanto vereador.
Recurso em análise
Acontece que a cassação não é definitiva e há um recurso em andamento. E é este o principal motivo de Serraglio manter a discrição de monge. Jurista respeitado e aclamado, ele sabe bem que ainda há chance do londrinense reassumir a cadeira, por conta de uma berrante falha processual.
Indigestão
Outro motivo, este internalizado, é que Serraglio ainda não digeriu as traições e a derrota de 2018. Célebre relator da CPI dos Correios, que mais tarde passou a investigar o escândalo do mensalão, o político com domicílio em Umuarama viu seu nome envolvido em denúncias da operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal.
Mais tarde, soube-se que se tratava de uma manobra para derreter sua imagem, uma vez que terminou inocentado. O desgaste, porém, pesou em uma votação marcada por contestável e flagrante sentimento de mudança por parte do eleitor, ao ponto de ficar apenas com a suplência para a Câmara.
Prateleira
Às pessoas mais próximas, Osmar Serraglio tem dito que, mesmo que permaneça no lugar de Boca Aberta, não pretende se colocar na prateleira para o ano que vem. Quer mesmo seguir na área jurídica, sua grande paixão, e levar uma vida mais tranquila, junto com a família.
Cadê o Fahur
Sem dúvida, uma perda de grandes proporções para Umuarama e o noroeste, que ficaram mais pobres ao perderem significativa representatividade em Brasília. Representatividade, diga-se de passagem, que se esperava de um tal Sargento Fahur, segundo mais votado em Umuarama para a Câmara, e outra meia dúzia de paraquedistas. A gente leva na cara e não aprende.