Adepol se manifesta sobre o Projeto de Reestruturação de carreiras da PCPR

A Adepol (Associação dos Delegados de Polícia) e o Sidepol (Sindicato dos Delegados de Polícia) do Paraná emitiram, nesta quinta-feira (29), uma nota oficial sobre alguns dos tópicos envolvendo o projeto de reestruturação das carreiras da Polícia Civil do Estado.

No texto, a diretoria de ambas as entidades afirmam que estão sendo ditas inverdades quanto ao reajuste médio aplicado para as carreiras de Investigador e demais carreiras da Polícia Civil, em comparação com as de Delegado de Polícia.

Confira a nota na integra:

“A ADEPOL-PR e o SIDEPOL-PR vêm a público, se manifestar sobre as inverdades que estão sendo divulgadas sobre o Projeto de Reestruturação das carreiras da Polícia Civil.

O Governo do Estado do Paraná, no ano de 2022, formou uma comissão para início dos trabalhos para reestruturação das carreiras da Polícia Civil.

No início das rodadas de negociações, o Governo do Estado informou que, naquele momento, não seria possível o atendimento de todas as carreiras da Polícia Civil, por questões relacionadas ao impacto orçamentário-financeiro.

Optou-se então por conceder um reajuste médio de 17% na carreira de Investigadores, Escrivães e Papiloscopistas, além de implementação do auxílio alimentação, concedendo-se aos Delegados de Polícia o percentual médio de 4%, através da Lei Estadual nº 20.996/2022.

Retomadas as negociações no novo encaminhado à Assembleia Legislativa, buscou-se a correção dos índices equalizando a distorção criada em 2022.

Conforme se verifica na tabela abaixo, não há distorção de índices percentuais nas tabelas de Delegado de Polícia e das demais carreiras da Polícia Civil.

A verdade é que entre 2021 e 2023, a média percentual de reajuste acumulado dos Investigadores e demais Carreiras da Polícia Civil é de 29% e de 21% para os Delegados de Polícia e, entre os anos de 2021 e 2026, considerando a proposta do atual Projeto, os Policiais de Base receberiam um reajuste acumulado de 58%, enquanto os Delegados receberiam 51%, sendo incompreensível as inverdades que vem sendo propagadas.

As Entidades representativas dos Delegados de Polícia reiteram ainda o compromisso com a categoria, que nos anos anteriores acabou sendo prejudicada para atendimento das demandas salariais dos policiais de base, que foram atendidos de forma diferenciada, de modo que o atual Projeto apenas corrige distorções que foram criadas.

Além disso, é necessário repudiar injustos ataques à carreira dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná.

Cabe esclarecer, ainda, que no início das propostas de Reestruturação foi solicitado pelos Sindicatos da base da Polícia Civil, que se buscasse uma valorização dos policiais que estivessem “do meio para o final carreira”, considerando que no ano de 2022 os mais beneficiados foram os policiais recém ingressos na Instituição, que tiveram reajuste de 28%.”

Sinclapol

Há também o ponto levantado pelo Sinclapol (Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná), na última quarta-feira (28), sobre as 160h de sobreaviso dos agentes sem qualquer compensação financeira. De acordo com Adriano Bandeira, presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), ao qual o Sinclapol faz parte, se aplicada, a medida seria alinhada a situação análoga à escravidão.

“Somente o excessivo número de horas do sobreaviso já se alinha a uma situação análoga à escravidão. Já temos passado por situações complicadas e graves de saúde mental em todo país, e uma total desvalorização do Policial Civil. Não precisamos de mais essa desvalorização e descaso com a nossa categoria”, disse Bandeira.

Até a publicação desta matéria, OBemdito não teve acesso a nenhuma menção sobre o tópico do sobreaviso por parte de do Governo do Paraná.