Umuarama

Após reparos na piscina olímpica, Clube Português se prepara para mais melhorias

A trajetória de formação de Umuarama tem muita inspiração e transpiração de famílias portuguesas, que aportaram por aqui lá nos idos anos de 1960, quando o município dava seus primeiros passos. Uma marca registrada desse esforço –e bem visível– está numa das entradas ao norte da cidade: o Clube Recreativo Português de Umuarama, inaugurado em 1977.

Construído em formato de castelo, seguindo modelos tradicionais lá da terra da nossa pátria mãe, o salão social é o destaque do empreendimento, que mobilizou, à época, vários cidadãos na concretização do projeto, idealizado para promover união e diversão dos associados.

Nos tempos áureos chegou a ter 1.200 famílias associadas, quando foi cenário de festas pomposas e de muitos encontros para competições esportivas ou para atividades de lazer. Os mais nostálgicos sabem bem como foi agradável esse período. Porém, se foi.

Como muitos clubes similares espalhados pelo Brasil, o Português foi declinando, declinando, a ponto de chegar numa situação desoladora; a visão que se tem hoje não é das melhores. Mas é só impressão, porque ainda há os que resistem e mantêm o clube funcionando. E um movimento está iniciando para recuperá-lo.

Laércio Salvador, presidente do Crepu

“Estamos fazendo uma reforma geral”, disse o presidente Laércio Salvador, ao receber OBemdito. Ele nos mostrou, um a um, os setores do clube, mas não se furtou de lamentar a situação. “São muitos os motivos que levaram a isso; é uma pena, afinal trata-se de um dos clubes mais tradicionais de Umuarama”.

Entre os motivos apontados, que fizeram muitos sócios se desligarem, estão a crise financeira [para alguns] e as transformações dos costumes das famílias [para outros], que levaram à perda do interesse por frequentar o clube. Hoje restam pouco mais de 200 sócios. “Estamos com esperança de conseguir apoio para reverter esse quadro, espaço é que não falta”, destaca Salvador.

E tem razão. No terreno de mais de 20 mil m2, estão alocados o salão social, com capacidade para 1.200 pessoas, e uma imponente piscina, que, pode-se dizer sem medo de errar, é a atração principal: única olímpica na cidade, se destaca pelos seus 50×25 metros de comprimento e largura; profundidade que varia de 1.10 a 4.5m; e plataforma de salto com 2.5, 5 e 7.5 de altura. 

Completam a estrutura um espaço amplo com quiosques: são sete churrasqueiras e um salão de festas de porte médio, em meio a um gramado e árvores; cinco quadras de esporte [poli, de futebol suíço e tênis]; um pátio com mesas e bancos de cimento para descanso, sombreado por grandes e belas árvores; saunas; adega; sala de sinuca com duas mesas oficiais; academia de ginástica, entre outras benfeitorias.

“Mas tudo precisando de um realce”, admite o presidente, cheio de boas expectativas. “Estamos pintando, mudando piso e procurando recompor todas as áreas degradadas para, assim, agradar nossos associados; também temos planos de fazer campanhas para atrair os que debandaram”, conta. “Queremos a família Crepu unida como sempre esteve!”

Nos anos áureos, clube já tem mais de 1.200 famílias associadas

Aberto para não sócios

Bem ou mal, o clube se sustenta com o dinheiro das mensalidades dos poucos sócios que fazem questão de permanecer, do aluguel das quadras e quiosques, do arrendamento do bar e dos que pagam uma taxa para usar a piscina [R$ 25 por dia].

“Temos clientes fidelizados, principalmente no aluguel das quadras de esporte”, informa o tesoureiro Maurício Siqueira, um dos que não arredam o pé do clube. “Fico por amor à causa”, frisa. E “nesse amor à causa”, para saldar uma ou outra conta, esporadicamente, o empresário chega a pôr dinheiro do bolso, porém não comenta o assunto.

Para ele, o importante é recuperar o clube, “que tem muita história bonita para contar do passado e pode voltar a ser palco, se preservado, de muitas outras”.

Falando em história…

O Clube Português nasceu da mobilização de um grupo formado por dez empresários portugueses que chegaram a Umuarama na metade do século passado. Vieram em busca de uma vida melhor e aqui constituíram suas famílias.

Esses pioneiros conterrâneos se cotizaram e adquiriram o terreno para a edificação, com o aval e apoio das mulheres, bom destacar. Elas faziam promoções para arrecadar dinheiro para a construção.

O saudoso Abílio Cardoso é um dos nomes que se destacam nessa missão. Entre suas tantas contribuições no campo comunitário, tomou a frente para coordenar a obra. A filha, empresária Irene Cardoso, diz que o pai não mediu esforços para o projeto sair do papel.

“Ele contratou um engenheiro civil e, com ele, foi visitar um castelo no Rio Grande do Sul, que tinha o estilo que o grupo queria dar à obra; a intenção era imprimir um quê da arquitetura histórica dos patrícios por aqui. Deu certo e o salão tornou-se cartão postal de Umuarama.”

Graça Milanez

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